Taça Maldita

Esse que vês na rua alcoolizado, como o palhaço a que a plateia acena, não causa às turbas impassíveis pena. É uma vítima imbele: cumpre o fado. O pai bebera tanto, e o desgraçado pega impulsivo a taça que envenena, parte aos pedaços, ruge como hiena! Pulsa-lhe o coração acelerado. Jorra, às vezes, o sangue … Ler mais

Lembranças Literárias: Junho

Junho que trazes tuas noites frias enfeitadas de estrelas e luar… Que lembras festas, cantos e alegrias que as tradições nos fazem recordar… Junho – mês das fogueiras crepitantes, das bombas e foguetes soltos no ar, dos balões coloridos dos amantes sertanejos que dançam a sonhar… Junho – passado que se faz presente a revolver … Ler mais

Beijo de amor

Beijo de amor! Delícia esmagadora! Vibras nas almas, de paixões ardentes, como os divinos frêmitos ridentes da terra, em flores, quando rompe a aurora! Beijo de amor! Beijo mortal, embora! É deste mundo o mais feliz dos entes quem te colhe nos lânguidos, trementes e rubros lábios da mulher que adora… Supremo enleio, comunhão bendita, … Ler mais

Teus olhos

Teus olhos terníssimos, tão vagos… dois sóis lassos morrendo lá distante , são mais doces que os beijos, que os afagos, da lua argêntea, pelos céus errante… Esses teus olhos são dois mudos lagos, onde percebo entre o esplendor vibrante, uns longes de tristeza em seus divagos, um céu de amor em sonhos , delirante … Ler mais

Outono

Se te encontrasse um dia, nesse instante eu te dissesse o que a nenhuma digo. Frases comuns de amor: ‘sonhei contigo’, ou ‘não posso viver de ti distante…’ Se fosses uma estrela cintilante por uma noite azul de um luar amigo, vendo as sombras atrás e a luz adiante, eu diria? Basta, e nem prossigo! … Ler mais

Alma solitária

O vento melancólico e cruel geme por entre os galhos morimbundos, e seu pranto é amargo como o fel. E o vento a chorar… Chora amargo o vento. Suas rajadas rasgam sem piedade as entranhas do bosque agonizante. E as folhas mortas dançam junto ao vento, que alucinado açoita e varre o bosque. Os galhos … Ler mais

Ontem e hoje

Jamais eu vira tão gentil menina, olhos formosos, cheios de ternura, as mãos delgadas tinham tal brancura, que uma coisa julguei logo divina. Possuía a boca rósea e pequenina, bastos cabelos de uma cor escura; tinha meiga e distinta compostura, de corpo era, porém, pouco franzina. Usava ainda um vestidinho curto, e ainda um homem … Ler mais

Soneto (Stechetti)

Não procuro saber o que é que havia dentro da tua cama perfumada, ou se em teu peito lânguido batia um coraçao de santa ou malvada! Não procuro saber se ela mentia entre as promessas da paixão jurada, nem pretendo fazer a anatomia daquela hora de amor, tão bem passada… Pouco importa que um filtro … Ler mais

Dois corações

Eu tenho duas filhas – dois amores! para mim, são mui lindas eu bem sei Sim, adoro muito estas duas flores, Amo-as demais como jamais amei! Dentro do peito, sinto mil fervores; e dentro d’alma o amor que dediquei, a estas criaturas – dois primores que feliz nos meus braços embalei! Consegui de Jesus esta … Ler mais

Galanteio

Beijo-te as lindas mãos com que me feres… as lindas mãos com que me feres beijo… E entre os desejos meus, eu só desejo ter a vaga ilusão de que me queres… E é só. E é tudo. Enquanto se puderes, acolhe com um sorriso, o meu cortejo. Já não me iludo ao ver-te qual … Ler mais

Olhos Verdes…

Nesses teus olhos verdes leio e canto a ternura que inspira o nosso amor; vejo neles talvez o meu quebranto que me leva a te ver seja onde for. Que os não tisne a tristeza d’algum pranto de que eu seja capaz e causador… Mas hão de ter nas lágrimas o encanto que o orvalho … Ler mais

Renúncia

Os olhos marejados em manso pranto, a alma mergulhada em dor profunda, no lacerante tormento da renúncia grito o teu nome, e fujo da lembrança. Grito o teu nome, e fujo da lembrança como fugindo de uma coisa louca, escondo o eu magoado em solidão que mata, resisto a tudo que a ti me transporta. … Ler mais