140 ANOS DE TRIBUNA DO NORTE

Tenho muito orgulho de ter feito parte do time Tribuna do Norte! Um jornal centenário que representa muito mais que um veículo de informação, é patrimônio histórico de Pindamonhangaba.

Lá estava eu em 1996, recém-formada na faculdade de jornalismo e doida para atuar no jornalismo impresso – minha grande paixão! Na época trabalhava na Rádio 99FM, na parte da manhã, quando recebi o convite para trabalhar no jornal no período da tarde, convite feito pelo amigo e jornalista João Carlos Salgado, a quem agradeço a oportunidade. Eu não fazia ideia do mundo de novas experiências que se abria para mim como profissional de jornalismo, bem ali, na Rua dos Bentos, 450.

Peço licença para levá-los a uma viagem pela época em que o jornal era composto tipograficamente (tipo a tipo). Vale aqui uma explicação para as novas gerações:

Naquela época os jornalistas produziam as matérias nas máquinas de escrever, passavam para o revisor, que depois passava os textos para os operadores das linotipos. Eles digitavam os textos, e os tipos iam caindo numa caixa. Dali seguiam para serem montados. Pensa que acabou? Não ainda. Os responsáveis pela montagem passavam tinta e o texto era impresso em um papel, e, novamente era revisado, se houvesse alguma palavra escrita errada, aquela letra (tipo) era retirada e novamente digitada pela linotipo. E assim o jornal ia tomando forma, tipo após tipo. Me lembro que quando saía do jornal, já bem tarde da noite, dormia com o barulho das linotipos na cabeça.

Alguém deve estar se perguntando: e como eram as fotos? Essa era a parte mais demorada. Depois de reveladas elas iam para a empresa que fazia os clichês, usados na impressão do jornal, mas, isso demorava alguns dias, então nunca tínhamos fotos muito recentes.

Vivenciar a fase das linotipos, ainda que por pouco tempo, foi muito importante na minha formação como profissional, a gente fazia jornalismo na raça mesmo. Matérias eram feitas pessoalmente, não tinha internet para buscar informações. Na redação, todos se ajudavam. Tempo bom! E por fim, em 1997, o jornal começou sua transição para a era digital, com a vindas dos computadores e mais tarde o uso da internet.

Lembro exatamente da disposição da redação, fazia um calor dos trópicos no verão e muito frio durante o inverno, mas, a gente se divertia.

E não dá para falar da Tribuna do Norte sem falar do jornalista Aércio Muassab, com ele aprendi muito do que sei hoje. A quem agradecemos a fundação também da nossa querida AJOP – Associação dos Jornalistas de Pindamonhangaba. Gostaria de citar um por um dos colegas daquela época, mas, corro o risco de esquecer de alguém, então agradeço de forma geral, a todos que caminharam comigo.

Foi na Tribuna que conheci jornalistas incríveis, dedicados, que escreviam “missivas”, poemas e poesias. E ao longo do caminho fui aprendendo muito com cada um deles. Parabéns a todos os diretores que passaram pela Tribuna, pois, sabemos a grande responsabilidade que é estar à frente desse jornal. E aqui, faço uma menção especial para a amiga e jornalista, Jucélia Batista, que comanda a equipe hoje.

Comemoro os 140 anos da Tribuna do Norte, feliz por ter feito parte dessa Instituição, que se renova o tempo todo. Que vence o tempo, muda a diagramação, cria novas colunas e editorias e segue informando e, por que não, formando pessoas. Parabéns aos que fazem a Tribuna do Norte, patrimônio histórico de Pindamonhangaba.