Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 180 anos de vida

No próximo dia 27 de junho, a Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada no Bairro do Socorro em Pindamonhangaba, estará comemorando mais uma festa em louvor à sua padroeira.

Para tanto, o centenário templo está passando por um amplo serviço de pintura; amplo porque a empresa contratada para o serviço, antes de iniciar com a pintura, está retirando a pintura antiga, retocando as paredes que necessitam de reboco, e ainda lavando as paredes para retirar toda a sujeira, desde a sua torre até os muros que a cercam.

Hoje, à frente dos trabalhos a comunidade conta com o padre Joaquim Vicente dos Santos, pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, situada na Cidade Jardim. Um pouco de sua história

Em 1842 chegavam a então Villa Real de Pindamonhangaba, uma senhora chamada Bibiana da Assumpção juntamente com sua filha Benedicta da Assumpção e seu genro Ignácio Borges – um soldado que havia alcançado baixa no Corpo de Polícia de São Paulo de onde vieram para fixar residência no bairro do Socorro.

Cheia de fé, em sua bagagem Bibiana trouxe uma imagem que ela dizia, a guiava e a socorria nos momentos de necessidade, por isso, deu-lhe o nome de Senhora do Socorro. Exatamente no lugar onde está a capela, no bairro do Socorro próximo a rotatória do Shopping Pátio Pinda, Bibiana passou a residir numa casinha de sape, em estilo rude e mal-acabada, mas foi aí que que Bibiana colocou a imagem num nicho e com muita devoção fazia suas orações.

Sua devoção logo se espalhou entre os poucos vizinhos, e, a cada milagre, feito sob a intervenção de sua protetora, Bibiana recebia presentes, víveres e dinheiro das pessoas que tinham suas preces alcançadas. Passado algum tempo, João Carreiro, também residente no bairro, se ofereceu para fazer uma capelinha o que de pronto Bibiana aceitou, para tanto foi feita uma subscrição. As terras foram doadas por Tristão da Costa Rezende e Ignácio Moreira Cezar e na empreitada, João Carreiro, contou com seu filho José Carreiro e Ignácio Borges, o genro de Bibiana, e assim ergueram uma modesta capela.

Com o passar dos tempos, diversas pessoas por ali se estabeleceram e anos depois o corpo da igreja foi aumentado. O sino foi ofertado por Manuel M. Homem de Mello e em 1906 a igreja foi completamente reformada. Em 1918 foi novamente reformada pelo padre José Loyelo Bianchi, então vigário da paróquia, dessa vez tomando um aspecto mais bonito e elegante, tanto a igreja como o largo que a cerca.

Tamanha importância a presença da imagem de nossa senhora do Socorro em Pinda, que durante anos a pequena imagem era transladada no dia 1 de maio para a igreja a Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, para os festejos Marianos. As ruas eram enfeitadas pelos moradores e o andor era transportado nos braços dos soldados do Batalhão Borba Gato.

A pequena imagem de dona Bibiana e o quadro de Nossa Senhora Perpétuo Socorro

A imagem doada por Bibiana permanece na igreja até hoje, juntamente com o quadro de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro – imagem conhecida em todo o mundo.

Quadro rico de símbolos. Uma pintura de estilo bizantino, executado em madeira sobre fundo dourado, cor muito usada pelos artistas no antigo império Romano quando se tratava de grandes personalidades a serem retratadas. No caso do ouro, um expressivo símbolo da Glória da Rainha dos Céus.

Os símbolos do quadro
MP no lado esquerdo e OV no lado direito, ambos no alto do quadro: em letras gregas, as iniciais da expressão Mãe de Deus.

Canto esquerdo: xx O P M – abreviatura de “Arcanjo São Miguel”, ele representa a lança, a vara e o cálice da armadura.

Canto direito: xx OP – São Gabriel de manto lilás, com a cruz e os cravos que perfuraram pés e mãos do Redentor.

IC XC: ao lado da cabeça do Menino: as iniciais de Jesus Cristo.

A Estrela no manto de Nossa Senhora é a estrela-guia que nos conduz como conduziu os Reis Magos, ao encontro de Jesus.

Os olhos de Maria, voltados para nós, significam o desejo de acolher e ver todas as nossas necessidades.
Manto azul: nos primórdios do Cristianismo, as virgens se distinguiam pela cor azul, símbolo da pureza…
… e as mães pela cor vermelha, signo de caridade. Combinação cromática que define excelentemente Nossa Senhora, Virgem e Mãe.

As mãos de Jesus apoiadas nas mãos de Nossa Senhora, significam a confiança total.

A Virgem Mãe segura com desvelo, afeto e adoração o Menino Deus: seu olhar, porém, não está voltado para Ele, mas para nós, seus filhos adotivos.

A sandália pendente do pé direito do Menino Jesus é bem o símbolo da situação da alma em estado de pecado mortal: presa a Jesus por um fio, a devoção à Nossa Senhora.

Jesus não olha nem para sua Mãe nem para nós, mas parece querer abarcar com seu olhar divino os dois anjos que seguram os instrumentos da Paixão.