História : A Casa Brasileira – de Granato & Schmidt

O comércio na Pinda de antigamente

Aos pindamonhangabenses mais antigos o nome “Casa Brasileira” deve ser motivo para agradáveis lembranças referentes às lojas e demais estabelecimentos comerciais que se localizavam na região central da cidade. Nesta edição relembramos com os nossos leitores mais saudosistas, essa extinta e famosa casa comercial.
Em “Pelas Velhas Ruas de Pindamonhangaba” (JAC – Gráfica e Editora, 1995), José Renato Guaicuru San Martin, ao descrever a ilustração na qual retrata em bico de pena o “Trecho inicial da avenida Dr. Jorge Tibiriçá”, faz referência à Casa Brasileira como sendo propriedade de Granato& Schmidt.
San Martin recorda que era um estabelecimento eclético, “…pois trabalhava com ferragens, materiais para construção, secos e molhados, papelaria, gasolina, incluindo uma agência Ford”.
Com relação à venda de gasolina, conta que “era bombeada manualmente de um reservatório subterrâneo, enchia um depósito de vidro colocado na parte superior, até o nível correspondente à quantidade desejada; em seguida, através de uma mangueira, era transferida para o tanque do veículo”. Segundo San Martin, “método simples e eficiente”.
Do citado local, a Casa Brasileira passaria a ocupar prédio na rua dos Andradas, onde funcionou até por volta do final dos anos 50 (ou início dos anos 60).

Festa inaugural

O jornal Tribuna do Norte, em sua edição de 5/7/1931, com as adjetivações peculiares aos textos da época, traz o seguinte artigo divulgando a inauguração da Casa Brasileira na avenida Tibiriçá, nº 7:
No dia 29 de junho (de 1931) realizou-se a bênção inaugural do majestoso prédio da firma Granato & Schmidt, construído na esquina da avenida Tibiriçá com a praça Monsenhor Marcondes.
O ato solene efetuou-se às 19 horas com a presença do senhor padre João José de Azevedo, digníssimo vigário da Paróquia e mais autoridades locais. Após a bênção foi servida aos convidados uma lauta mesa de doces, falando na hora do champanhe o acadêmico Demétrio Badaró (referindo-se ao eloquente advogado e professor), que em nome do povo saudou os senhores Granato e Schmidt.
O senhor tabelião, Manoel Monteiro César Miné, em brilhante improviso, agradeceu em nome da firma ao orador que antes falara, levantando um brinde em homenagem do vigário da paróquia presente ao ato.
Em seguida, o vigário padre João José de Azevedo agradeceu em palavras elogiosas o brinde que recebera e levantou uma taça num brinde de honra em homenagem ao Dr. Lessa Júnior, prefei to municipal, que se achava à sua direita.
Logo imediatamente, deu-se início ao baile, o qual esteve concorridíssimo, tendo se dançado nos dois amplos salões do pavimento superior. Apresentaram-se para abrilhantar a festa os magníficos Jazz Bands, ferroviários e militares do 2º BE, que foram incansáveis em suas músicas.
Concluindo a nota, o jornal Tribuna do Norte conta que a festa só havia terminado a altas horas da madrugada. Assim foi o estabelecimento da Casa Brasileira em Pindamonhangaba.

  • Bico de pena do professor Renato San Martin revela onde se localizava a Casa Brasileira em 1931. Na ilustração, à direita, a praça “X” (área depois ocupada pelo comércio); à esquerda, a “Monsenhor Marcondes”
  • Na foto antiga, a Casa Brasileira quando passou a funcionar na rua dos Andradas