Proseando : A CASA DO RELOJOEIRO

O Proseando de hoje é um pequeno gesto de carinho aos alunos da Professora Catarina, da Escola Municipal Padre Mário Antônio Bonotti. Essa galerinha, que mora em meu coração, participa de praticamente todas as edições do Proseando. Na última edição, por exemplo, sob a regência da Professora, desenvolveram atividades com massinha, baseadas no texto. Todos os trabalhos ficaram lindos! Parabéns!

Sobre o Proseando de hoje, uma pergunta: quem é o relojoeiro? Se você souber, me envie a resposta pelo WhatsApp: 99735 0611.

Na casa do relojoeiro tudo é bem cronometrado: ninguém pode se atrasar, nem fazer nada adiantado.

Lá tem relógio na sala, na cozinha, no banheiro. Tem relógio na piscina, no quintal e no jardim. Tem relógio em cada quarto. Tem até na chaminé.

Se a vovó pede mais tempo pra fazer bolo e café, o teimoso relojoeiro responde muito tranquilo:

– Em cinco minutos faço café, bolo e ainda cochilo.
Minha irmã também reclama do pouco tempo que tem:

– Assim não dá! Desse jeito, não consigo me arrumar.

Mas nem um minuto a mais o relojoeiro lhe dá; e ela tem que ir à escola com cabelos sem pentear.

Com o tempo apertadinho, e sem poder reclamar, mamãe tem que fazer tudo: cozinhar, varrer, lavar; fazer as compras do mês, cuidar do gato e do cão. Temo que a saúde dela não suporte essa pressão.

Toda vez que tomo banho, tenho que ser bem ligeiro porque o tempo é muito curto pra lavar o corpo inteiro. Com tanto controle assim, quem mais sofre é o vovô que tem pouquíssimo tempo pra fazer xixi e cocô. Por isso, que após um mês, depois de pensar bastante, vovô conseguiu bolar um plano mirabolante.

Às nove horas da noite todos foram para a cama. O vovô ficou quietinho e, antes de pôr o pijama, foi ver se o relojoeiro estava dormindo. Estava. Dormia profundamente, que até roncava e babava.

O vovô andou descalço pra não acordar ninguém. Foi ao jardim, à piscina, ao quintal, e andou também pelos cômodos da casa executando o seu plano. No outro dia, o relojoeiro, ao perceber a mudança, começou a reclamar:

– Quem estragou meus relógios? Onde é que estão os ponteiros?
Como irei cronometrar?

Pedindo calma, o vovô propôs com sabedoria:
– Vamos passar este dia sem que o tempo nos comande Se não der certo, amanhã, eu devolvo os seus ponteiros.

E assim foi. Naquele dia, sem poder cronometrar, o relojoeiro notou que o bolo ficou gostoso,que a filha ficou mais linda, que o filho ficou cheiroso e a esposa ficou feliz. E daquele dia em diante, na casa do relojoeiro, em cada canto da casa relógios não têm ponteiros.

  • Arquivo pessoal