Vanguarda Literária : A MÍDIA E OS ADOLESCENTES

A mídia, que desempenha forte atuação nos dias atuais, não só em termos de informação, mas, como formadora de opinião, num mundo em que tudo ocorre com muita rapidez, exerce forte e inquestionável influência nos adolescentes. Nessa quadra da vida portanto, em que formulam valores, enfrentam-se desafios enormes para o processo de formulação de identidade, com força impressionante, surge a mídia, que, se bem usada e aproveitada, teria um papel positivo no que se refere à construção da personalidade desse ser altamente influenciável que é o adolescente que se encontra numa fase da vida marcada, portanto, por profundas transformações físicas, psicológicas e sociais.
Infelizmente, na sociedade atual com valores invertidos, com fortes apelos no que se refere ao consumo e à colocação de padrões,de culto ao corpo, e à erotização , uma verdadeira avalanche toma conta dos nosso jovens. Convém salientar que ambos são imediatistas: a mídia para vender o seu produto a qualquer custo e, os jovens para atingirem os seus objetivos, ditos “urgentes”, encontram-se na dimensão do presente. Tudo para hoje, sem processo de assimilação, pois, em questão de dias, tudo já entrou para o terreno do passado sem importância. Perde-se aí o processo de historicidade das pessoas e dos fatos.
E, o que assistimos? O império da banalização: da violência, da sexualidade reduzida a jogos eróticos sem qualquer compromisso, e do culto ao consumismo. Onde estão os valores éticos que conduzem a uma vida melhor, com mais sentido? Não é à toa que assistimos nesse início do século XXI o aumento preocupante das taxas de suicídio na juventude não só em países do primeiro mundo, mas, também nos países em desenvolvimento. Jovens desmotivados, despreparados para enfrentar os desafios da vida, de crescer com as frustrações que tem papel educativo. Portanto, observamos um doloroso contraste: estão cheios de informações “descartáveis” e instáveis emocionalmente (como escreveu um educador: Q.I – Quociente Intelectual, por vezes, até elevado e Q.E – Quociente Emocional – em níveis críticos). Onde estão os programas educativos e a “informação positiva”? Salvo algumas emissoras de televisão com baixos índices de audiência, citamos aqui as TVs Educativas, convivemos com programas televisivos com grande audiência que passam valores negativos para a Sociedade. E, onde está a atuação das famosas “agências governamentais reguladoras”? Entregam-se à omissão, colocando em sério risco a geração atual que cresce sem paradigmas e sem modelos fortes.
A Sociedade (a decantada sociedade civil) não pode ficar de braços cruzados, pois tem responsabilidade com isso! E, como tem! Trata-se de defender Direitos à boa informação, à Cultura e, sobretudo de formação de personalidade dos nosso jovens expostos às mazelas da denominada Civilização Moderna! Uma geração corre risco! O futuro do Brasil está em perigo!