A Síndrome da Mulher Maravilha

Com os afazeres do dia a dia em seu lar e com o desemprego durante a pandemiaa Síndrome da Mulher Maravilha vem crescendo a cada dia.
Mulheres que lutam para assumir as despesas da casa e manter a família unida, mulheres casadas, separadas, mulheres de tripla jornada!
Mulheres que vêm ao longo dos tempos, enfrentando uma trajetória de constante luta para garantir seus direitos sociais.
A mulher maravilha na vida real que conseguiu se inserir no mercado de trabalho, avançar nos estudos, realizar-se profissionalmente. Porém, a maioria das mulheres não deixou de cuidar do seu espaço privado, ou seja, cuidar da família, cuidar da casa, cuidar do companheiro, cuidar da alimentação da família, cuidar dos filhos. Entre tantas atribuições, a mulher ainda precisa arranjar tempo para cuidar de si. Uma tripla jornada e não uma dupla jornada de trabalho. E tudo ainda precisa ser executado com perfeição.
Não podemos deixar de mencionar uma das super-heroínas mais queridas e icônicas, a Mulher Maravilha, definitivamente não foi criada para viver à sombra de um herói masculino. Ao contrário: foi desenhada na década de 1940 pelo psicólogo e escritor William Moulto Marston para lutar, ser livre, ser protagonista. Não é à toa que até hoje o termo é utilizado para expressar força e coragem e combater o conceito de inferioridade feminina
Ao longo dos tempos a mulher acabou por se sobrecarregar de inúmeras atividades e responsabilidade que se acumularam com os afazeres a ela delegados como mulher, filha, esposa etc.
E assim surgiu a imagem da mulher guerreira, da mulher Maravilha…
Essa supermulher vive no limite de suas capacidades físicas e mentais. Inclusive, muitas vezes a ilusão de superpoderes acaba gerando patologias como depressão e ansiedade e, consequentemente, falta de concentração no trabalho, nos estudos ou ainda na vida presente. A sensação de que nunca é suficiente é constante. E aparece a grande vilã: a culpa.
Hoje como terapeuta, me deparo todos os dias com mulheres que chegam até a mim, com exaustão mental, depressivas, querendo largar toda essa carga que veio trazendo ao longo de sua existência e do seu sistema familiar.
Nessa lista imensa de afazeres, como ter um tempo só para ela.
Ir ao salão semanalmente, ler um livro, ter uns minutos a mais de sono, sair com as amigas, se tornou algo impossível para essa mulher que não sabe dizer não, estar sempre disponível para todos, menos para ela.
Hoje fui almoçar na cidade vizinha sózinha, foi ótima a experiência!
Poder ter um tempo pra mim, sentar num restaurante e comer o que eu gosto sem culpa, porque tenho que pagar as contas da casa.
Fiz até uma live no meu Instagram, onde falei exatamente sobre ter um momento com você, para você mulher.
Um dia vivi essa síndrome que quase me destruiu.
Só me dei conta como comecei a ter síndrome do pânico e ficar paralisada por mais de 30 min dentro de um carro ou sentada em frente ao computador sem ação, com um medo terrível de morrer, o ar parecia sumir, náuseas, uma sensação que não ia passar esses sintomas.
Hoje cuido de mulheres e ainda continuo olhando pra mim, pois sou humana e uma eterna aprendiz.
A mudança em si é diária.
Hoje tiro tempo pra mim, me permito dormir uns minutos a mais, sem culpa…
Mas nem sempre foi assim.
Adoeci o meu físico, a minha a alma, rompendo as ordens da ajuda, com as filhas, maridos, mãe, funcionários e amigas e tive que buscar ajuda para entender até onde posso fazer pelo outro.
Eu sempre estava 100% disponível para os problemas alheios e eu ficava sempre em 3º ou 4º plano.
Minha saúde física e mental gritou e ai tudo parou.
Foi assim que percebi que precisava olhar para mim primeiro, para depois estender as mãos para o próximo.
Pois sem saúde, sem olhar para mim, como poderia olhar para o meu próximo.
Hoje muitas mulheres têm dificuldade de se dar o direito de ter um tempo de prazer somente delas. Elas estão tão ocupadas em servir o outro. O dia passa muito rápido para cumprir com todas as obrigações.
Como ter momentos de prazer com o parceiro, pois a noite chega, a exaustão toma conta e as tarefas do dia seguinte já ocupam a mente.
E assim ficamos ausentes como mulher num relacionamento a dois.
A busca frenética pela perfeição, trouxe várias doenças mentais e físicas para a mulher.
A cada dia atendo um caso novo e elas me perguntam…
Como lidar com toda essa pressão?
Depois de uma anamnese, onde conheço a história dessa mulher, peço a elas que:
Se olhem no espelho e fale:
”Eu me Vejo”.
E assim começa a técnica escolhida individualmente para ela, para as questões que ela trouxe naquele momento.
Hoje como Consteladora Familiar e Terapeuta Quântica, ajudo muitas pessoas a encontrar um caminho de solução para os seus conflitos e com isso também me mantenho nele, pois entendi que cada um tem o seu destino, o seu livre arbítrio, podemos ajudar sim, mas respeitando a nossa condição humana, primeiramente olhando para você!
Que o amor, o respeito, a admiração e o reconhecimento que espero do outro, eu tenha primeiro comigo.
Aproveitando o Outubro Rosa, se ame, se toque! Se veja…
Beijos no coração de todas as “Mulheres Maravilhas” que hoje estão lendo esse texto e vão poder compartilhar com outras milhares de mulheres que nesse momento precisam olhar para elas.
Que esse texto seja uma contribuição na sua vida e na de quem você o fizer chegar…