Ação educacional exercita Libras em escola do Bem Viver

Projeto “Ensinando as Mãos a Falar” estimula 269 alunos a se comunicarem pela Língua Brasileira de Sinais

Colaborou com o texto:
Dayane Gomes
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No dia 5 de março de 2018, o residencial Bem Viver começou a receber os novos moradores, contemplados pela parceria entre a Prefeiturade Pindamonhangaba, Governo do Estado de São Paulo e o Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades. No mesmo mês, a escola do empreendimento, localizado no bairro Araretama, recepcionou Carlos Miguel Ribeiro Porfirio, do 5° ano do Ensino Fundamental. E sua chegada instigou o desenvolvimento de uma prática focada na expressividade e na integração proporcionadas pela Língua Brasileira de Sinais.
De início, a professora Maria de Fátima Lemos Moreira, de 48 anos, acompanhava o aluno com deficiência auditiva como sua intérprete. Contudo, logo, seu papel de intermediária foi coadjuvante do protagonismo de ser uma educadora. “A professora titular da sala, quando recebeu o aluno, demonstrou grande interesse em aprender Libras e os alunos da sala também”, conta a professora formada em Letras e pós-graduada em gramática.
Assim, ela formulou o projeto “Ensinando as Mãos a Falar” e apresentou para a colega, que abraçou a ideia e ajudou a implantar as atividades na classe. “Em cada aula, nós ensinamos uma lista. Por exemplo, um dia a aula é sobre os meses dos anos, dias da semana, cumprimentos, cores, animais, números, alfabeto, etc”, explica Fátima Lemos.
Crescimento interclasse
Desta forma, a finalidade de disseminar a Língua Brasileira de Sinais para promover a aprendizagem e tornar eficaz a comunicação entre os ouvintes e o aluno deficiente auditivo respaldou na expansão da iniciativa pela Escola Municipal Bem Viver. “No recreio, os alunos de outras salas ficavam me perguntando como se comunicar com o Carlos. Foi onde tive a ideia de estender o projeto para a escola toda”, afirma a professora da Rede Municipal.
Contando com o apoio dos gestores da instituição educacional, atualmente, as aulas do “Ensinando as Mãos a Falar” acontecem duas vezes por semana, às quartas e sextas-feiras, com 12 turmas do Pré II até o 5° ano do Ensino Fundamental. E o estudante Carlos Miguel auxilia a orientadora nos exercícios práticos com as demais 269 crianças do período da manhã.
“O objetivo tem sido atingido. É muito gratificante ver os alunos se comunicando em libras com o Carlos e entre eles também”, se orgulha a idealizadora do projeto, que cursa pós-graduação em Educação para Surdos. Sendo que, sua opinião se assemelha com o ponto de vista da educadora responsável pela turma de Carlos, o 5° ano C. “O projeto veio ao encontro com a necessidade de minha sala de aula, pois, neste ano, fui presenteada com um aluno surdo. E sou fascinada por essa língua e espero, em um futuro próximo, intensificar os estudos nesta área”, considera Fabiana Patrícia dos Santos.

  • Do Pré II até o 5° ano do Ensino Fundamental, o “Ensinando as Mãos a Falar” atende 12 turmas da Escola Municipal Bem Viver
  • A professora Maria de Fátima Lemos Moreira idealizou o projeto em março deste ano
  • O aluno Carlos Miguel Ribeiro Porfirio ajuda nas atividades das professoras Fátima Lemos e Fabiana dos Santos