Nossa Terra Nossa Gente : AEROCLUBE DE PINDAMONHANGABA

Desde épocas remotas, o sonho de voar é cultivado pela humanidade. Dos balões dirigíveis ao 14-BIS de Santos Dummont, cada projeto aeronáutico de sucesso levou o homem a transpor distâncias geográficas inimagináveis e, mais do que isso,a galgar o seu sonhode Ícaro.

Com a popularização da aviação, a profissão de piloto de aeronaves tornou-se um imperativo urgente. Respondendo a esta demanda, 115 cidadãos pindamonhangabenses se uniram no Clube Literário e Recreativo para fundar o Aeroclube de Pindamonhangaba. Fruto de um sonho coletivo, a sua Escola de Piloto e, posteriormente, a Escola de Paraquedismo, é líder no Vale do Paraíba pelo seu funcionamento ininterrupto desde sua fundação em14 de julho de 1939.

Na impossibilidade de citar seus fundadores, destaco: o ex-prefeito José Martimiano Vieira Ferraz; o Diretor do Haras Paulista, Clodomiro Vergueiro Porto; e o inspetor Federal de Ensino, Antônio Bulcão Giúdice, infelizmente, vítima de um acidente aéreo provocado pela explosão da aeronave “Tiger Moss”, logo após a decolagem. À época dessa fatalidade (1942), houve um certo retraimento nas atividades do Aeroclube de Pindamonhangaba, mas, graças ao idealismo dos jovens pilotos Manuel de Freitas e Felisberto Pinto Monteiro, logo foram retomadas com brilhantismo e vigor.

Laureado pelo seu pioneirismo, o Aeroclube de Pindamonhangaba foi condecorado com o título de “Sócio Número 1” da União Brasileira dos Aviadores Civis. Essa honrosa distinção foi concedida à equipe pindamonhangabense representada por Rômulo Campos D’Arace e outros associados, durante a convenção da entidade realizada na estância de Águas de São Pedro – SP.

Os primeiros instrutores do Aeroclube foram os pilotos Antônio Bulcão Giúdice e Astério Braga e a sua primeira Turma de Pilotos condecorou Aloísio Gama, Carlos Koelher Asseburg, Darci Marcondes, Eduardo Eisele, José Leal, Nilo Quaresma e os irmãos Valentini – Cyro, Romeu e Wilson – um fato inédito na história da aviação civil brasileira: três irmãos brevetados no mesmo dia (28/1/1940)!

Dada sua relevante contribuição para a formação de pilotos e paraquedistas, a entidade é considerada de utilidade pública pela Lei Municipal 409, de 4 de novembro de 1958. Sua contribuição vai além do ensino e da prática da aviação civil, de turismo, culturais e desportivos, pois não raras vezes colocou sua modesta pista de terra batida para receber aeronaves de alta envergadura, para atendimentos em tragédias, emergência e turismo.

Sobre sua pista de terra batida, esforços de nossos vereadores foram enviados no sentido de solicitar às autoridades pindamonhangabenses – deputados estaduais e governador, verba para a pavimentação da pista de pouso e decolagem do nosso veterano aeroclube. Infelizmente, nunca atendidos…

Enquanto a Pista “Thomaz Alckimin” aguarda pavimentação, os quatro hangares do aeroclube guardam suas aeronaves em condições de instrução (Paulistinha CAP4-PP-HJF e AeroboeroPP-FLP) e outras aeronaves de alunos e associados para que os sonhos dos jovens pilotos e paraquedistas possam ser conquistados!

Aos que não conhecem o Aeroclube de Pindamonhangaba, convido-os a irem até lá (rodovia Manoel César Ribeiro, 2800) apreciar uma das mais belas vistas da Princesa do Norte: as serras da Mantiqueira e Quebra Cangalha, de braços dados, como imagino os fundadores do Aeroclube de Pindamonhangaba, sua atuante diretoria presidida pelo Dr. Luís Paulo Galvão Wolff, seus associados e funcionários!

Santos Dumont acreditava que “na luta pelo progresso, só vale o sucesso”. Pelo progresso do Aeroclube de Pindamonhangaba, não deve haver em nossa terra e entre nossa gente lugar para esmorecimento! Avante! Non-stop!

Em tempo: agradeço ao 2º Tesoureiro, Dr. Fernando Prado Rezende, que, gentilmente, concedeu-me essa entrevista, dispôs de seu riquíssimo arquivo para a pesquisa histórica e apresentou-me as dependências do Aeroclube de Pindamonhangaba.

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