Anel viário de Pindamonhangaba será recapeado com recursos do programa “Desenvolve SP”

Confira entrevista com Marcela Franco, secretária Municipal de Obras e Planejamento

COLABORADOR:
Ocimar Barbosa

O crescimento acelerado das cidades exige agilidade e novas formas de se pensar o planejamento urbano das comunidades, da mesma forma, prever o impacto desse crescimento junto à população. Transformar e adequar o espaço urbano às necessidades e padrões de qualidade de vida é uma tarefa que depende da visão de profissionais sintonizados com as novas tendências.
É com esse propósito que trabalha a Secretaria de Obras e Planejamento de Pindamonhangaba, que tem à frente a arquiteta e urbanista Marcela Franco. A titular da pasta revela seu estilo nas transformações porque passam atualmente os espaços urbanos do município. Convidada pelo prefeito Isael Domingues para compor a equipe de governo da gestão pública da cidade, Marcela Franco trouxe para a secretaria um conceito que alia ocupação do solo com soluções inovadoras e de bom gosto. O resultado desse trabalho se reflete no retorno positivo da população.

Estamos na temporada de forte calor e chuvas intensas. Quais as principais atividades de sua equipe, secretária?
Nós tivemos uma evolução muito significativa nos trabalhos de ‘tapa-buracos’ aqui na cidade. No comparativo com 2019, nós estamos numa situação muito mais controlada, mais adequada e organizada. Isso se deu ao fato da gente reestruturar a secretaria e organizar melhor as ações. Posso afirmar para a população que os buracos existem, porém numa menor incidência e a equipe tem trabalhado fortemente atendendo todas as solicitações.

Como é que vocês fazem a triagem dos locais que mais precisam de reparos; além, claro, de atender as solicitações de munícipes?
Nós temos a nossa equipe de bairro que faz a ronda identificando os buracos, antes que cheguem [denúncias] nas redes sociais.

A sua equipe esteve empenhada em atender também a população do bairro das Oliveiras, que enfrentou dias difíceis. Como você avalia o trabalho desenvolvido?
Lá nas Oliveiras a chuva foi muito forte e acabou afetando o rio, mas a equipe do setor rural da Secretaria de Obras e Planejamento juntamente com a Defesa Civil agiu e conseguiu minimizar todos os impactos, ajudando as pessoas que ali moram.

Como está o cronograma de recapeamento e quais ruas vêm sendo beneficiadas?
Nós temos várias frentes de trabalho atuando na cidade. Tivemos a retomada de um convênio junto ao governo do Estado no valor de 3 milhões de reais que ficou estacionado por um período devido à questão de troca de governo, mas nós conseguimos retomar. E estamos finalizando esse contrato com várias ruas sendo contempladas.

O município vem firmando parceria com o Governo do Estado?
Com certeza! Nós temos agora a finalização do certame licitatório do programa ‘Desenvolve SP’, que é um financiamento junto ao Governo do Estado, que vão contemplar 19 ruas. O investimento final é de R$ 4,8 milhões, sendo 4 milhões de financiamento e 800 mil a parte da prefeitura que está entrando com dinheiro do tesouro e iremos iniciar pelo anel viário.

E quanto à operação ‘tapa-buracos’? É outro contrato?
Sim! Nós temos um contrato que está pra ser iniciado e a empresa vencedora do certame deve iniciar as ações. Nós temos aí uma estimativa de produção de aproximadamente 15 mil m². As ações vêm agregar junto à nossa usina de asfalto que não para um minuto.

Como a secretaria atua ao lado da Sabesp, principalmente quando determinada rua passou por intervenções e precisa ser restaurada?
Temos ações de parceria com a Sabesp, que tem realizado algumas intervenções de melhoria e modernização da rede de água principalmente agora que eles nos apresentaram um projeto nos bairros Maria Áurea e Campo Alegre. E nós, a partir de tratativas com a Sabesp, eles estão recapeando a rua, por completo. É isso que a administração do Isael tem buscado: essa inovação e criatividade; é pensar fora da caixa pra que a gente tenha um trabalho muito mais produtivo para a população ser beneficiada.

O asfalto em grande parte da cidade é antigo, com mais de 40 anos. Ao longo do tempo, essa pavimentação se deteriorou. Como a secretaria vem trabalhando pra dar uma resposta à população?
O asfalto, só deixando claro para a população, para ele ter uma grande durabilidade, a base precisa ser bem feita, bem compactada, pois a camada asfáltica é só a cobertura do bolo. E se em algum momento ela tem vácuos e solapamentos, a cobertura certamente será danificada num curto período. Hoje, nós temos aí bairros como o próprio Pasin onde nós iniciamos a primeira fase e nós sim, daremos a continuidade.

A cidade cresceu e é muito espalhada, isso dificulta atendimento a todos ao mesmo tempo?
Você disse bem e nós queremos aproveitar a oportunidade e deixar claro para a população que nós faremos conforme a disponibilidade financeira e nós temos a cidade toda pra atuar. A população não tem obrigação de saber, mas tem que ter o produto pronto, porém, nós temos um investimento altíssimo. Essa primeira fase do bairro Pasin, com a locação de maquinário e a aplicação de massa usado a nossa mão de obra já foi cerca 2 milhões e meio. Só na primeira fase e nós temos ainda a cidade toda.

Pode citar bairros relativamente novos entregues com asfalto de má qualidade?
O bairro Vitória Park é um. Um bairro que é regular foi entregue daquela forma, com asfalto que não era adequado e hoje a população sofre com pedriscos. Quero também aproveitar pra citar o loteamento Shangrilá, que foi aprovado sem a pavimentação. A população nos cobra e pra atender, é um investimento enorme.

Secretária, mas o que pode ser dito para essas comunidades?
Afirmamos para a população que estamos de olho em tudo e vamos sim fazer, tudo isso no seu momento. Diante da arrecadação do município, com todos os compromissos e a nossa prestação de contas mediante o Tribunal de Contas e o Ministério Público nós temos que ter responsabilidade.

Sobre os empreendimentos que passam pela secretaria de Planejamento e essa obrigação de loteadores para com o cumprimento das exigências, como ocorre agora?
Todas as aprovações de loteamento passam aqui pela secretaria de Obras e Planejamento e têm sim as exigências conforme as leis e nenhum loteamento hoje pode ser aprovado sem a sua estrutura básica que é rede de água, esgoto, drenagem, iluminação pública, guias, sarjetas e o pavimento.

  • Para melhor durabilidade, asfalto precisa ter uma boa base - Créditos da imagem: Ocimar Barbosa
  • Créditos da imagem: Arquivo TN