Nossa Terra Nossa Gente : ARQUITETURA POÉTICA DE MAURÍCIO CAVALHEIRO

A poesia nasceu para o menino ou o menino nasceu para a poesia? Enigma difícil de responder quando se trata do escritor Maurício Cavalheiro pois tudo o que ele vê, ouve e escreve é poesia! Laureado em diversos concursos literários desde que concebeu os primeiros versos, sua obra tem sido edificada assim como os passarinhos constroem seus ninhos, no tempo de cada verso, decada estrofe, de cada livro. Tempo indispensável para escrever a sua arquitetura poética, arquiteto que ele é de poesia.
O primeiro verso? Ele redigiu no 3º Ano Primário no “Alfredo Pujol” quando a professora solicitou aos alunos uma composição a partir da gravura de um pássaro azul. O menino deixou a imaginação voar e escreveu o que seu coraçãozinho ditava. Surpreso ficou quando Dona Chiquinha Amadei fez questão de ler sua produção literária para a classe. No gesto da professora estava implícita a autorização necessária para seu ingresso definitivo no “país da imaginação”, este lugar fora do tempo e do espaço aque só os artistas têm livre acesso.
Desde então, o poeta Maurício, também aluno do Rodrigo Romeiro, do Ginásio Industrial e do João Gomes de Araújo foi encontrando cenários e temas para redigir poesias (Lágrimas de Amor/1987, Vestígios de uma grão de areia/2017); cordéis (O Casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte/2015, Um Caso de Amor na Parada Vovó Laurinda/2015, Zé Ruela e a Capela de Sant’Ana/2017); livros infantis (O Sapinho Jogador de Futebol/1991 e Histórias de uma Índia Puri/2015); contos (O Estuprador de Velhinha & Outros Causos, 2011); trovas; crônicas e, em breve, o primeiro romance.
Escritor que domina com maestria diferentes gêneros literários, suas trovas têm conquistado os primeiros lugares nos Jogos Florais de Nova Friburgo, concursos de Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Balneário Camboriú e Pindamonhangaba. Entre elas, encontro uma joia rara, a que exalta a indescritível beleza de Pindamonhangaba:

Deus pôs na Terra um retrato
do céu; E, ao vê-lo, se gaba
a exclamar estupefato:
Linda Pindamonhangaba!

Dos textos premiados, ressalto o conto “Destino?”, vencedor do Mapa Cultural Paulista 1988 em que o magnífico escritor pindamonhangabense sob o falso nome de “Denise Donte” conseguiu a singular proeza de redigir um conto de 195 palavras iniciadas com a letra D (in Antologia da Academia Pindamonhangabense de Letras/2012).
Na Tribuna do Norte, Maurício Cavalheiro assina a coluna “Proseando”, de crônicas humorísticas, veiculadas quinzenalmente às quintas-feiras. Uma outra particularidade dessas crônicas é a de que, muitas vezes, ele as ilustra com desenhos de sua autoria. Artista nato, assinou inúmeras charges veiculadas no “Nheengatu-mirim” (Periódico da Academia Pindamonhangabense de Letras) e, também, a capa e as ilustrações de seu livro “Histórias de uma Índia Puri”.
Membro da União Brasileira de Trovadores e da Academia Pindamonhangabense de Letras, Maurício Cavalheiro vê em seu trabalho de escritor, o seu propósito de vida, algo maior do que obter riqueza e fama. A escrita, para Mauricio, é uma dádiva divina e, por isso, sua obra estará sempre a serviço do Bem e do Amor.
Em sua página do facebook, Maurício Cavalheiro abre uma vitrine para o mundo e uma janela parao seu próximo livro (Pode deixar que eu conto/Crônicas). Como podemos constatar, o contabilista de profissão é um dos mais renomadosarquitetos de poesia de sua terra natal! O que mais me encanta em Maurício Cavalheiro? A grandeza de sua humildade e o seu amor por tudo e por todos, presentes em cada verso, em cada linha, em cada livro que publica. Quem adentra sua obra passeia por jardins floridos, por bosques repletos de pássaros azuis e um rio profundo, tão belo e profícuo quanto o nosso Ribeirão Grande, na época em que nossa terra nem tinha nome e nossa gente era apenas os índios puris…

  • O primeiro verso ele redigiu quando ainda estava no 3º ano da escola Alfredo Pujol
  • “A escrita, para Mauricio, é uma dádiva divina e, por isso, sua obra estará sempre a serviço do Bem e do Amor...”