Carnaval, ter ou não ter…

Fim de ano chegando, o segundo desde que a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) foi decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), e as festas de fim de ano novamente estão com a realização em suspenso pelo receio de que uma nova onda da doença seja patrocinada pelas comemorações.
A mais recente polêmica é com o Carnaval 2022, que segue indefinido nas principais capitais brasileiras porque a maioria das prefeituras optou por deixar a decisão para este mês de dezembro e acompanhar os índices de transmissão. No interior de São Paulo, ao menos 70 municípios já cancelaram as festividades por receio de aumentar os casos de covid-19….
O argumento para quem defende a realização do carnaval é que, além dos índices de vacinação estarem altos, os blocos e desfiles serão realizados em ambiente aberto, o que, teoricamente, reduziria o risco de contaminação.
Segundo a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, a questão não é tão simples, o coronavírus é transmitido principalmente por via respiratória, então, em ambientes abertos realmente representam menos riscos.
No entanto essa festividade gera uma aglomeração muito grande e o distanciamento social é impossível.
O que acontece é que a proximidade com as pessoas aumenta e muito a possibilidade de contato com secreções respiratórias…
Enquanto muitos países pelo mundo já estão diminuindo as restrições, como a obrigatoriedade do uso de máscaras apenas em lugares públicos fechados, o Brasil deve dar passos pequenos para essa flexibilização. É por esse motivo que as perspectivas para o Carnaval de 2022 ainda não são tão claras, tendo em vista os perigos de realizar uma festa dessa dimensão, com diversas pessoas reunidas.
Espaços abertos são considerados mais seguros contra a covid-19. No entanto, em um contexto de aglomeração, com uma grande proximidade entre as pessoas, essa proteção acaba caindo por terra e favorecendo a disseminação.
Isso me faz recordar do que aconteceu no ano passado, quando tinha melhorado em novembro e, depois da virada do ano, veio a segunda onda com toda aquela tragédia que acompanhamos.
Depois de tanto sofrimento, tanta angústia, dor e esforço, não podemos mais correr riscos.

Adelson Cavalcante
Jornalista Mtb 56.011 sp
Presidente da AJOP