Nossa Terra Nossa Gente : CENTENÁRIO DA PRESENÇA DAS IRMÃS FRANCISCANAS SERÁFICAS NO BRASIL

As Irmãs Franciscanas de Pindamonhangaba celebram o início das comemorações dos 100 anos da presença seráfica no Brasil (1921 – 2021). Uma história de fé e de coragem das primeiras Irmãs Missionárias – Ir. Maria Bonifatia Vordermayer, Ir. Maria Ludmila Schropp, Ir. Maria Benedita Tafelmeier e Ir. Maria Willibalda Maier – que, a convite dos padres redentoristas, deixaram a Casa-Mãe em Au am Inn, na Alemanha, e vieram para o Brasil. Em Aparecida, hospedadas com as Irmãs São Bartolomeu, aprenderam a língua portuguesa e o método brasileiro de ensino, tendo permanecido na cidade da Padroeira do Brasil por 42 dias (29/08 a 10/10/1921) até o novo destino: Campinas – GO, onde fundaram a Comunidade Santa Clara.
As Irmãs Missionárias da Terceira Ordem Seráfica chegaram em Pindamonhangaba em 1924, mais precisamente, no dia 2 de junho e, aqui fundaram a Comunidade São José. Graças ao trabalho educacional das Irmãs na formação de crianças e de jovens alunos do Instituto São José, gerações de pindamonhangabenses tiveram uma formação humana e científica pautadas nos princípios cristãos transmitidos a todos, nos três níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
A educação através da Música foi um dos meios mais fortes de evangelização da Congregação, tanto na Alemanha quanto no Brasil. Algumas Missionárias alemãs vieram para o Brasil com a missão específica do Ensino Musical. Em Pindamonhangaba, as irmãs mantiveram por muitos anos o Conservatório Dramático e Musical e a Faculdade de Música Santa Cecília (1975-2011), responsáveis pela formação musicista de centenas de alunos do Conservatório e da FAMUSC e, consequentemente, de milhares de alunos que com esses professores aprenderam a arte musical, o domínio de instrumentos e, sobretudo, conquistaram uma profissão digna e projeção artística no cenário regional e nacional.
Nas três últimas décadas, as Irmãs Franciscanas fundaram em Pindamonhangaba a Comunidade Santa Clara (sede provincial e local responsável por zelar pela formação inicial e permanente de seus membros, bem como representar a congregação perante as autoridades eclesiais e a sociedade brasileira); a Comunidade Nossa Senhora de Fátima e o Recanto São Francisco que, atualmente, abriga os projetos sociais da FUXIQUE e o Núcleo de Convivência para Idosos que, em parceria com o Serviço Franciscano de Solidariedade da Ordem dos Frades Menores da Província Imaculada Conceição do Brasil, objetiva proporcionar um espaço de convivência e o protagonismo da pessoa idosa, visando um envelhecimento saudável e ativo.
Além desses trabalhos sociais desenvolvidos em nossa Pindamonhangaba, desde 1995, as Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica prestam assistência às vítimas de HIV/AIDS da Casa de Apoio Sol Nascente II, em Lagoinha, procurando tocar as chagas de dor que ferem o corpo e a alma das pessoas que vivem na fase crônica da doença, procurando suavizar e transformar a dor através do amor. Outras atividades sociais e assistenciais são mantidas por elas na Comunidade de São Damião, em Buíque, Pernambuco e, também, na Comunidade Nossa Senhora das Graças, em Guaratinguetá, essa última, formada por Irmãs que buscam ser presença e canal da graça divina nos diversos trabalhos do cotidiano, como o cuidado, a presença e o acolhimento na Igreja, na Casa de Retiro, no grupo de senhoras que confeccionam as pílulas de Frei Galvão, na pastoral e evangelização local.
Um sublime conselho do santo de Assis nos exorta: “comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e, de repente, você estará fazendo o impossível.” É exatamente esse “impossível” que as Irmãs Missionárias da Alemanha que vieram para o Brasil a partir de 1921 e, todas as Irmãs, os educadores e os voluntários que foram chamados a se engajar nessa obra franciscana têm realizado ao longo desse primeiro século de sua história: “são vidas que se doam, mãos que se estendem, melodias que se elevam” em prol de um mundo mais humano e fraterno.
“Olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão, abraçar o futuro com esperança”, palavras do Papa Francisco para o Ano da Vida Consagrada, abriram a inauguração do MEMORIAL e as celebrações do 1º Centenário da presença da Irmãs Franciscanas Seráficas no Brasil. O empenho da Irmã Fátima, Christina Lehmann, Fátima Gomes e outros colaboradores foi imprescindível para que essa exposição histórica nos encantasse com o aporte dessa obra missionária que nossa terra e nossa gente foram agraciadas. Na tarde do domingo, 18 de outubro de 2020, também participamos de uma Missa de Ação de Graças celebrada pelo Frei Róger Brunório e, junto das Irmãs, partimos e repartimos o bolo de aniversário desse 1º centenário.
No manuscrito da Irmã Maria Benedita Tafelmeier destaco uma exortação de um século atrás e muito propícia aos dias de incerteza que as Irmãs Missionárias viveram no Brasil pós-pandemia da gripe espanhola e que, atualmente, vivemos no mundo inteiro em função da pandemia do COVID-19: “a coragem deve crescer com as dificuldades.” Que essa história de fé e de coragem das Irmãs Franciscanas nos encoraje a prosseguir cada dia de nossas vidas, olhando o passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com esperança! Que São Francisco de Assis e Santa Clara abençoem cada Irmã, cada voluntário e cada assistido dessa centenária obra, presépios vivos, que iluminam a nossa Pindamonhangaba com a luz e o amor do menino-Deus!