Lembranças Literárias : Ciclo

Havia na minha aldeia
um rio sempre a cantar,
em noites de lua cheia,
nos dias de sol sem par.

Por pedras, a marulhar,
descansava, volta e meia,
do constante caminhar,
em brancos leitos de areia.

As águas, pela amplidão,
lá do mar retornarão
à fonte cantante e pura…

Fora assim minha vida,
após a lenta descida
que vai ter à sepultura!…

Baptista Nunes, jornal Sete Dias (extinto), 12 de agosto de 1956