Lembranças Literárias : Ciumes de caboclo

Na capela, um dia, a vira
de joelhos a orar, contrita
e, desde então, se sentira
doido de amor pela Rita.

“Males de amor ninguém tira…”,
geme, ingênuo de alma aflita,
ao recordar-se o caipira
dessa morena bonita.

Mas eis que em ciumes ardendo,
punhos cerrados erguendo
para o céu, blasfema, aflito,

Ao lembrar-se que a morena
nessa noite de novena
beijara um… São Benedito!

Cesídio Ambrogi , Jornal 7 Dias (extinto), 1º de agosto de 1974