Construindo Cidadania: Você sabe, o que se comemora dia 28 de agosto?

Infelizmente e provavelmente não sabe.
Meu aniversário…não é. Brincadeira, o meu aniversário é dia 26 de maio, guarde aí na sua agenda.
Dia 28 de agosto é o “Dia Nacional do Voluntariado”, no Brasil. Desde 1985.
Segundo a definição do dicionário Aurélio, “voluntário é aquele que procede espontaneamente, sem coação, movido pela vontade própria” – explicação proveniente da etimologia da palavra latina “Voluntariu”. Pode-se dizer que o voluntário surge para suprir algum tipo de necessidade, pois se trata da pessoa que doa seu tempo e/ ou habilidade em prol de uma determinada causa, sem receber nada financeiro em troca.
Relembrado o conceito, infelizmente você não foi lembrado disso por uma rede de televisão ou por jornais de grande circulação, assim é tratado o voluntariado no País que em 2001 foi o destaque do ano internacional do voluntariado criado pela ONU, mas em seguida a mídia que deu tanto destaque e importância ao tema o relegou a quinto plano por não ser mais um destaque internacional.
Um dia que deveria ser comemorado nas escolas, nas universidades, nas empresas e em todas organizações sociais. Até elas, as organizações sociais, muitas delas não lembraram desta data.
Não foi feriado, nem tivemos solenidades oficiais e sabe o que é engraçado que muitos municípios têm esta data como o dia municipal do voluntariado também e assim mesmo não farão celebrações e nem teremos fogos de artifício (isso os PET’s agradecem) para relembrar para que serve esta data ou o que se deveria ser comemorado neste dia.
Triste sociedade que tem festas menos importantes muito mais comemorada e lembrada do que o dia em que a sociedade é convidada para fazer parte da solução dos problemas e não do problema, triste uma sociedade que valoriza o raso enquanto precisamos de profundidade para nadar na riqueza das possibilidades de uma sociedade mais justa e soberana. Triste realidade.
Mas não estou para falar de problemas e sim de possibilidades. A data existe, cabe a nós fazer com ela possa ser lembrada e devidamente comemorada ou reforçada para que existam motivos de comemoração. Existem motivos. Os voluntários existem em um numero bem interessante, com qualidade muito boa, com interesse em ajudar a resolver as questões, interesse em muitos para ter um dia para chamar de seu também existe, basta sermos os arautos da boa causa, da alegria de colaborar com o tempo e talento.
Para isso estamos aqui neste momento de reconstrução, para lembrar que o dia é importante, a causa é fundamental para a construção de uma nação melhor e mais justa e nós somos os construtores deste mundo novo, onde aqueles que querem o bem coletivo são maioria e vencem pela habilidade de fazer o bem uma “arma” imbatível para exterminar o mal ( não, muito clássico, básico, esperado), para exterminar o pessimismo, isso sim é o que temos que derrotar, o nosso, o do outro, das empresas, das organizações, do governo e do mundo, ufa, vai dar um trabalhão, mas quem disse que seria fácil. Ser voluntário é ser um batalhador, às vezes até um solitário, mas um ser confiante que tudo pode ser bem melhor, e será, (péssimo, isso é uma música), pode ser bem melhor, pois a batalha do voluntário é fazer este mundo um lugar melhor para todos.
Quero aqui fazer um registro. Há muitos anos venho travando uma pequena batalha pessoal, que é de tentar que um deputado, prefeito, senador ou qualquer político, pudesse apresentar um projeto de lei para fazer o assunto voluntário como obrigatório nas escolas. Neste dia 28 depois de várias conversas, o prefeito de Pindamonhangaba, encaminhou a câmara da cidade projeto de lei que institui a matéria voluntariado em todas as séries do ensino fundamental, não é para as crianças fazerem trabalho voluntário, mas para aprenderem sobre o tema com uma carga horária mínima mensal.
Provavelmente o primeiro município brasileiro a fazer isso. Obrigado, Dr. Israel, pela confiança e por acreditar que podemos construir um futuro melhor. Próxima matéria voltamos a série de Iquitos.