Coordenador da Apta justifica venda de áreas de institutos paulistas

O coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Orlando Melo de Castro, defendeu na quarta-feira, 6, em entrevista ao Broadcast a venda de 16 áreas de institutos de pesquisas à iniciativa privada, prevista em um projeto de lei enviado pelo governo de São Paulo à Assembleia Legislativa.
Entre as justificativas citadas por Castro está, por exemplo, o custo com segurança para a manutenção do rebanho bovino em um dos centros de pesquisa em Ribeirão Preto, alvo de constantes furtos, segundo ele.
“O custo com segurança é três vezes maior que o rebanho e não posso manter no pasto esse rebanho para ser roubado, como ocorreu em Ribeirão Preto”, disse Castro. Ele garantiu que as pesquisas com gado de leite serão transferidas para o Instituto de Zootecnia de Nova Odessa. “Talvez Nova Odessa e Americana tenham mais respeito pelos animais”, emendou.
Castro afirmou que o governo paulista tem 16,6 mil hectares em institutos de pesquisa, “o que é muita área”, para o coordenador da Apta. “Fizemos uma avaliação muito criteriosa desde 2012 sobre o que é necessário e fizemos um acordo com o governo do Estado para disponibilizar patrimônio e reverter recursos para instituições de pesquisa”, afirmou.
O coordenador, no entanto, não soube informar quanto do total estimado em R$ 1,2 bilhão com a venda dessas áreas será revertido para a pesquisa agrícola e admitiu que isso não está explícito no projeto de lei 328/2016, enviado em abril ao Legislativo cuja tramitação está suspensa pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Estado.
“Vamos ter de negociar se vai reverter para o projeto, que é genérico. Eu gostaria que ficasse explícito, mas não fui eu que fiz o projeto de lei”, disse Castro.
Apesar de garantir que as pesquisas serão transferidas para institutos de pesquisas das mesmas áreas, como ocorrerá na mudança das de Ribeirão Preto para Nova Odessa, o coordenador da Apta se contradisse ao anunciar que o Centro de Engenharia e Automação (CEA) do Instituto Agronômico (IAC), em Jundiaí (SP), seria transferido ao centro de pesquisa de frutas na mesma cidade.
“Não tem problema nenhum ser feito lá no centro de frutas. Podemos construir prédio lá”, justificou Castro, dizendo que os recursos para a obra viriam da redução do custo de R$ 400 mil anual com a manutenção do CEA.

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