Crédito recua pela primeira vez em nove anos

Atingido pela recessão econômica, escasso e mais caro, o crédito brasileiro encolheu 2,8% no primeiro semestre deste ano. Foi a primeira vez que o estoque de financiamento diminuiu no período nos últimos nove anos – o Banco Central (BC) passou a fazer a compilação dos dados atuais em março de 2007. Em junho, o saldo chegou a R$ 3,13 trilhões, ante R$ 3,22 trilhões do fim do ano passado.
Quatro motivos foram determinantes para esse resultado da primeira metade do ano, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Além da retração econômica e do custo mais elevado, interferiram nesse mercado a diminuição da confiança dos empresários e das famílias e a alta de 18% do câmbio na primeira metade de 2016, já que muitos contratos são atrelados à moeda americana.
O técnico do BC ressaltou também que em junho houve uma queda do saldo de crédito em relação a maio, de 0,5%. O recuo não é tão expressivo, mas foi a primeira vez que isso ocorreu no mês.
A previsão da autoridade monetária é que, neste ano, o crédito registre uma expansão de 1%. Embora positivo, se essa estimativa for confirmada será a pior taxa de expansão dos últimos tempos. Essa projeção embute um reaquecimento desse mercado na segunda metade de 2016. Isso ocorre tradicionalmente, por causa do Natal.
Outro ponto que deve ajudar a chegar ao 1%, segundo Maciel, é que a segunda metade de 2015 já mostrava alguma desaceleração.nto, se configura numa base baixa de comparação.