História : Crepúsculo

Quando à tarde o sol, a luz amortecida,
envia pelas serras ao fim de mais um dia;
minh’alma, a solidão, lamenta entristecida,
da noite que avizinha, de tédio e nostalgia.

O sol eterno dia, prossegue eterna lida.
Invejo e acompanho-lhe a luminosa via;
belezas mil povoam-me a mente embevecida,
na pueril viagem de sonho e fantasia!

Das derivações da luz às nuvens coloridas,
imagino cidades, campinas, serranias,
inda no esplendor do sol de então, submergidas,

Um elo a mais… na cadeia d’esta vida.
um devaneio a mais… em forma de poesia.
Uma lágrima que escapa, exânime, sentida…

Ernani Silva Vianna, Tribuna do Norte,
18 de janeiro de 1970