Editorial : Disfarçar de policial-SP deve proibir venda de sirenes e giroflex para carros comuns

Quando você assiste a filmes norte-americanos do gênero policial, ação ou aventura, já deve ter reparado que alguns policiais colocam giroflex em cima do carro quando estão perseguindo os bandidos.

Pois é, lá, o sistema de polícia é diferente do existente no Brasil, mas não cabe aqui editoriar sobre o tema.

No Brasil, este artifício de ‘instalar’ um giroflex ou sierene policial ou de ambulância em veículos só é permitido para carros da própria polícia, hospitais, bombeiros e outros serviços de utilidade pública ou de segurança.

Para uma pessoa física, o ato é irregular. No entanto, há muitas pessoas que estão utilizando esses objetos para se livrar do trânsito, especialmente nas grandes cidades.

Em São Paulo, por exemplo, o comércio é feito de forma legalizada, às claras, em áreas como a rua Santa Ifigênia, no centro da capital paulista. Por isso mesmo, quem está no trânsito sempre fica com a dúvida: “Será que esse carro com sirenes e giroflex pedindo passagem é um policial ou só um espertinho?”.

Essa dúvida agora deve acabar. A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na noite de quarta-feira (16), que restringe a venda de “alarmes sonoro e sinalização intermitente” apenas para “veículos prestadores de serviços de utilidade pública”.

O projeto segue agora para sanção (ou veto) do prefeito Fernando Haddad.

O texto prevê multa de R$ 2 mil e suspensão do alvará de funcionamento por 30 dias para o lojista que vender as sirenes para motoristas de carros comuns. Na terceira reincidência, prevê a cassação definitiva do alvará.

Ao justificar a apresentação do projeto (um texto que todo vereador deve apresentar quando propõe uma lei), Vavá argumenta que o projeto servirá justamente para coibir a venda desses equipamentos para pessoas comuns.

A venda desses produtos não é restrita na cidade. As polícias Civil e Militar têm, de fato, veículos comuns à paisana, que têm sirenes e giroflex para serem usados para cumprimento de suas funções.

Entretanto, cabe aqui acrescentar uma outra problemática nessa história. Em São Paulo, em feiras livres, embora também seja ilegal, há muitos ambulantes que vendem distintivos policiais falsos.

Com tanta gente com ‘distintivo’, uniforme, giroflex, fica difícil para o cidadão identificar quem é de fato policial ou quem é bandido, ou apenas mais um espertinho entre tantos.

Esperamos que a moda não pegue em Pindamonhangaba. Mas se ocorrer, fica aí a dica para a Câmara e para a Prefeitura.