Ensino Superior continua relevante para ingresso no mercado de trabalho

Em contexto de crise econômica e exigência profissional, concluir faculdade é força diferencial

“Hoje, cada vez mais o EaD está se tornando uma realidade. Aquele preconceito inicial que existia em relação ao ensino a distância está sendo superado. Isso não só aqui no Brasil, como no mundo todo”

Leonardo Danelon – diretor da faculdade Anhanguera de Pindamonhangaba

Colaborou com o
texto: Dayane Gomes

“Não enalteço a riqueza ou a pobreza. Enalteço a luta por comida à vontade na mesa de quem não teve escolha sobre a própria profissão. Se eu tive a minha, me calar é omissão”. As rimas do rapper brasileiro Projota exaltam a dificuldade de predileção dos brasileiros perante sua própria ocupação profissional. Em meio à concorrência para preenchimento de vagas, o requisito de capacitação se distingue e exige, no mínimo, uma primeira graduação.
O Censo da Educação Superior de 2016, realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Estatísticas Educacionais Anísio Teixeira), indica que, no período de 2006 a 2016, a variação percentual do número de concluintes em cursos de graduação foi maior na rede privada, com 62,6%, enquanto na pública esse crescimento foi de 26,5% no mesmo período. Os números apontam o crescimento do investimento em unidades educacionais particulares, uma vez que o acesso a instituições públicas é acirrado. Ou seja, antes mesmo da entrada no mercado de trabalho, os cidadãos já enfrentam o antagonismo por posições.
Por outro lado, as oportunidades e modalidades de faculdades vêm aumentando conforme a demanda de estudantes em busca de aperfeiçoamento acadêmico. A atual tendência consiste nos estudos de Educação a Distância. Um exemplo bem próximo pode ser conferido na unidade da Anhanguera em Pindamonhangaba, que, além de 10 cursos de graduação presenciais, oferece formações semipresenciais e EaD (sigla para o Ensino a Distância). Inclusive, no mesmo censo de 2016, o Inep constatou que 17,4% de todos os alunos da graduação estão matriculados neste último tipo de cursos.

Muito além do diploma

A medição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país, cidade ou região tem como um de seus pontos de avaliação a escolaridade de sua população. Todavia, dentro de uma perspectiva capitalista de adequação trabalhadora, o profissional que deseja se sobressair precisar carregar outros “documentos” em sua pasta pessoal, além de diplomas.
Para Leonardo Danelon, bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Gestão de Organizações e Sistemas Públicos pela Universidade Federal de São Carlos e doutorando em Engenharia de Produção na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), disciplina e dedicação dos alunos são pontos fortes a serem aplicados no mercado de trabalho. Uma maneira de empreender comportamentos fundamentais como atitude e proatividade é o trabalho voluntário e/ou participação em ações sociais.
“Além de toda questão humanitária que pode estar envolvida por trás disso, esta é uma forma de mostrar que o candidato é uma pessoa de iniciativa, que vai à luta e enxerga uma oportunidade ao invés de um problema”, assinala o diretor da Anhanguera de Pindamonhangaba.
Nesse ritmo, novas plataformas e seleções em sido criadas para a avaliação do perfil de cada indivíduo. A própria Anhanguera dispõe do “Canal Conecta” para integrar seus universitários, formados ou não, em um ambiente de trabalho. O sistema consiste em um site gratuito com vagas de emprego exclusivo para os alunos, que oferta uma gestão de vagas, indicando automaticamente aqueles mais aderentes ao perfil da empresa contratante, filtrando também por localização. Além disso, a construção de uma carreira personalizada e autêntica, em tese, instiga maior crescimento financeiro. “O profissional do Ensino Superior começa ganhando aquele salário, mas a perspectiva de projeção, progressão na carreira ao longo da vida é muito maior. Então, a chance de ele chegar nos seus 40, 50 anos recebendo bem mais, supera a de quem não investiu nos estudos”, opinou Danelon.

  • Primeira graduação é degrau inicial de investimento em estudos
  • Leonardo Danelon acredita que disciplina e dedicação são fundamentais para bom desempenho acadêmico e, consequentemente, profissional
  • Dados do Censo da Educação Superior de 2013