Especial Handebol: “Pequenas gigantes”

A volta do handebol aos campeonatos estaduais e a história de superação além do esporte

É sexta-feira. São 18 horas. Muitas adolescentes programam a curtição para o fim de semana. Mas, para um grupo de meninas, entre 15 e 25 anos, a diversão ficará para depois do treino. Elas estão focadas. Armadas. E prontas para arremessar. A defesa é forte. O gol não sai. Recomeça. Tudo de novo. E de novo. Até sair o grito: “Goooooool”!
Não. Não estamos falando de futebol e nem futsal: É handebol. A equipe feminina de handebol de Pindamonhangaba (Semelp) está voltando aos campeonatos estaduais e almejando conquistar lugares importantes nas competições Brasil afora.
No fim de março, elas fizeram sua estreia na “Liga Paulistana de Handebol”, em Praia Grande no litoral sul de São Paulo; e, depois de um jogo eletrizante, a equipe da categoria Livre Feminino voltou para casa com um empate: 18×18. Mas elas querem a vitória e treinam pesado para este objetivo.
Sob o comando da técnica Shirlene Marchesini de Mendonça, a equipe não tem folga. Na quadra do Tabaú, elas têm um encontro marcado com o esporte que transforma vidas através da disciplina, da prática e da integração.
“Muitas atletas quando chegam têm várias questões para resolver; não apenas ligadas ao esporte, mas a problemas familiares, notas baixas na escola e diversos ‘questionamentos pessoais’. Muitos pais confidenciam a nós essas histórias e nós, vamos trabalhando cada problema, cada desafio, até conseguir melhorar o desempenho e a vida dessas meninas. Então, não é apenas handebol, é uma família. Eu sou muito feliz por fazer parte da vida delas e poder, mesmo que de forma simples, contribuir positivamente para o crescimento delas”, destaca Shirlene – que conta com o auxílio dos monitores Thamires e Toniel Félix Bertine; e Miriam Santos durante os treinos.
Shirlene tem cerca de 20 anos de relacionamento com o Handebol. Como muitas atletas, ela também veio do futsal, mas diz que se apaixonou pelo handebol e propaga o esporte nas escolas, em palestras e cursos, sempre “buscando novos adeptos dessa prática que já faz parte da sua vida integralmente”.

Em quadra…

Isabela Cristina Gonçalves tem apenas 17 anos, mas a responsabilidade e os sonhos são gigantes: “Acredito que a Seleção Brasileira seja o sonho de todo atleta profissional; mas, sei que temos um longo caminho pela frente. Por enquanto, é focar nos treinos e nos campeonatos estaduais”, disse Isabela – que treina de segunda a sexta, duas horas por dia. Ela começou no handebol há cerca de quatro anos e de lá pra cá o amor pelo esporte cresceu muito. “Comecei como goleira, hoje atuo como ‘meia direita’; mas jogo na posição que precisar para defender nossa equipe”.
A exemplo de Isabela, a atleta Maria Clara Ribeiro Soares, de 19 anos, joga no time de Pinda há cerca de um ano. Ela veio do futsal e no início também jogou como goleira. Hoje, sua posição é pivô – que atua bloqueando a defesa adversária, abrindo espaço para sua equipe arremessar mais facilmente. Sobre o jogo em Praia Grande, ela diz que “poderíamos ter vencido! Jogamos muito, mas alguns deslizes nos tiraram a vitória. Agora, é batalhar, treinar e focar que a vitória é certa!”, almeja.
O jogo de volta contra Praia Grande será no dia 4 de maio, às 12h15, na quadra do Alto do Tabaú. Com entrada franca.

Embora no Brasil o Handebol não tenha a mesma popularidade televisiva que o vôlei e o basquete, por exemplo, é a segunda modalidade mais praticada nas escolas brasileiras, atrás somente do futsal (de acordo com o Mundo Escola). Segundo dados da Federação Internacional de Handebol, o País ocupa a 5ª posição mundial com relação a números de praticantes federados no esporte.

  • Em Praia Grande elas empataram, mas esperam vencer no jogo de volta
  • Há ‘escolinhas de handebol’ nos bairros Araretama, Castolira, Cidade Nova e Tabaú; além do Salesianos
  • Isabela: “Todo atleta sonha com a seleção”
  • Maria Clara atua como pivô
  • Esporte de salão, o handebol é disputado com sete jogadores de cada lado