Vanguarda Literária : FILOSOFIA DA CIÊNCIA

A Filosofia da Ciência estuda os fundamentos, os pressupostos e implicações filosóficas da mesma (seja ciência natural ou social). Nesse Campo de pesquisa, procuram-se explicar fatos como a natureza das afirmações, conceitos, objetivando entender a forma como são produzidos, a validade da informação, os argumentos, e, de maneira especial, as implicações dos método e modelos para a sociedade. Na História da Filosofia da Ciência tivemos grandes expoentes, entre eles: Galileu Galilei, Francis Bacon, Auguste Comte, Popper, René Descartes, Isaac Newton, Immanuel Kant, Bertrand Russell, só para citar alguns.
É importante se destacar um fato: até que grau um corpo de conhecimento tido como científico pode representar a verdade, o real (o que busca o cientista) no mundo físico em que vivemos. Aqui, reside um cuidado que devemos ter: aceitação do conhecimento como se fosse verdadeiro e infalível, o que muitas vezes acontece nos campos da Ideologia e da Teologia. Ora, cientista não pode e não deve fazer afirmações infalíveis, uma vez que as verdades mudam e, mais do que isso: as decisões no processo científico são tomadas por consenso por seres humanos com opiniões e preceitos morais e éticos diferentes.
A Metodologia Científica é a melhor forma de enxergar e averiguar a realidade. E, ela não seria tão abrangente para incorporar todos os conceitos e, portanto, tem a sua limitação e o seu alcance. Denominamos Epistemologia (do grego: epistemos=conhecimento e logos=discurso, estudo) o estudo científico das ciências (origem, estrutura, métodos e validade do conhecimento) e os problemas filosóficos concernentes à crença e ao conhecimento em si. Dessa maneira, ao adentrarmos essa área da filosofia, formularemos interrogações tais como: “O que diferencia o conhecimento de outras formas de crença?”; “O que poderemos conhecer?”; “Como chegamos a ter conhecimento de algo?”.
Aqui, gostaria de abordar um fato interessante: há um conceito no senso comum o qual afirma que a ciência progride pela utilidade e a filosofia pelo ócio, o que, no nosso ponto de vista não é bem verdade.Sem dúvida nenhuma, a ciência aplicada é a grande responsável pelos descobrimentos fantásticos e invenções (estão aí os celulares, a internet, só para exemplificar); a filosofia se exerce no debate, no diálogo cotidiano; não há idéia prévia,ela faz o seu melhor, no momento em que se faz. As marcantes obras filosóficas foram produtos de pessoas que tinham planos, objetivos e direções bem estabelecidas. Os Cientistas na prisão se desesperam e perdem a criatividade (a ciência precisa de placidez de espírito e de segurança) e os filósofos produzem em momentos de pressão e de pavor. A história nos prova isso! Os Cientistas da Alemanha, no fim da guerra, tinham uma grande preocupação: emigrar para os Estados Unidos, onde atuariam, em ambiente calmo, propício, nos seus projetos pessoais e não por amor à América. Santo Agostinho, quando os bárbaros se aproximavam, trazendo consigo terror, mortandade e destruição, escreveu a bela obra: “A Cidade de Deus”. Portanto, a filosofia, se faz com planos, em projetos e trabalhos e a produção científica se faz no plano da liberdade para trabalhar e produzir nos seus laboratórios. Leonardo Coimbra, em pensamento semelhante ao de Edgar Morin, afirmava que à filosofia cabe o papel de unificação dos conhecimentos das diversas ciências, uma vez que cada saber específico tende a fechar-se em si próprio, com o que concordamos. Dessa maneira, vemos que a filosofia e a ciência se completam. Têm vínculos indissolúveis!