Vanguarda Literária : FILOSOFIA E SABEDORIA

O Filósofo e Materialista francês ANDRÉ COMTE- SPONVILLE, nascido em 1952,membro do Comitê Consultivo Nacional de Ética da França,autor de “ O Capitalismo e a Moral” escreveu que a Filosofia carrega consigo uma prática revelada por meio de discursos e raciocínio, cujo objeto é a vida, o meio é a razão e o fim é a plenitude da felicidade. Isto posto, não podemos esquecer que o processo filosófico representa a busca da sabedoria, o que difere do conhecimento. Quando tentamos desvelar o significado do conhecimento, num sentido amplo (sensu lato) temos a noção que ele é um ato perceptivo ou consciência que se tem de algo, por exemplo: como obter prata a partir da bauxita, como se chegar ao Pantanal. Essa consciência, como se vê, é advinda de uma experiência que pode ou não estar carregada de erros ou equívocos.
Entretanto, num sentido mais restrito ( “sensu strictu”) o conhecimento significa consciência de algo que realmente é, melhor dizendo: a verdade, isto para se opor ao conhecimento ilusório ou que está carregado de enganos e falácias.As diferentes áreas da Ciência procuram esse entendimento, qual seja:buscar saber com solidez, com argumentos bem fundamentados, o que os gregos chamavam de EPISTEME, que, nos dia atuais tomou o significado de saber científico, daí existir esse campo fascinante de estudos denominado EPISTEMOLOGIA ou Teoria do Conhecimento. Caminhando pelos meandros da História, observamos que a Filosofia corre incessantemente atrás desse “ sensu strictu” há mais de dois mil anos, numa época em que Filosofia e Ciência era tudo “ junto e misturado” como dizem os jovens de hoje. É importante salientar que os Filósofos, apoiando-se no processo racional, sempre tentaram explicar os fenômenos naturais e humanos sem recorrer a deuses e mitos e, mais ainda, procuraram um “ conhecimento além do conhecimento” , um conhecimento integrador que tem como grande finalidade estabelecer lucidez em meio à tempestade existencial dos seres humanos.Esse conhecimento é a SABEDORIA.
O processo inerente à SABEDORIA é lento, progressivo,envia-nos para aquelas chamadas “Questões Filosóficas” para as quais não existem respostas racionais definitivas, a saber: “Qual o sentido da existência?”, Qual o lugar do ser humano no Universo?”. Aqui , vamos observar o Filósofo que, por definição, “ tem amor ao saber “ que é o próprio significado da Filosofia, se observamos a origem grega do termo.Assim, apreciamos o Filósofo” espantar-se” “ intrigar-se” com os fatos mais simples do cotidiano, e, com mente aberta, questiona as respostas que a Ciência ou o senso comum oferecem aos fatos que observa. Exerce, pois, sobretudo uma função crítica ou analítica, necessitando para tal, como já mencionado, ter uma mente aberta, sem preconceitos ,para caminhar em busca da visão de um mundo verdadeiro ou próximo da verdade.