Editorial : Governo espera criar empregos até fim do ano, mas não informa como

O Governo Federal está bastante preocupado em tentar frear o desemprego e abrir novas oportunidades no mercado de trabalho ainda este ano. E isso é o que o brasileiro mais precisa: emprego.
Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – a taxa de desocupação atingiu, no primeiro trimestre deste ano, 10,9%, e a população desempregada chegou a 11,1 milhões de pessoas.
Esta é a maior taxa de desemprego da série histórica da Pnad Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua – iniciada em 2012.
Durante posse no Palácio do Planalto, o novo ministro do trabalho, Ronaldo Nogueira, garantiu ainda que direitos dos trabalhadores serão preservados e que haverá novas oportunidades para todos. Contudo, o responsável pela pasta não detalhou como isso será feito, aliás, forneceu poucas informações. “Precisamos acreditar no potencial do Brasil e do seu povo”, resumiu o ministro. Assim fica fácil.
No entanto, apesar de não terem sido divulgados dados substanciais, a meta é ambiciosa, pois se acredita que o quadro poderá ser mudado até o fim de 2016.
Como não deu caminhos de como fazer essa ‘mágica’ com o emprego para a população, a imaginação e o receio de muitos começaram a fluir.
O maior medo hoje é que para aumentar a taxa de ocupação, haja redução de direitos trabalhistas. Ideia inclusive que movimenta as centrais sindicais do país.
Entretanto, questionado sobre as críticas de grupos que defendem os direitos dos trabalhadores sobre a possibilidade de redução de benefícios pelo governo do presidente interino Michel Temer, Nogueira afirmou que o discurso de Temer durante a posse mostra o contrário, pois haverá preservação dos direitos.
Como estamos editoriando nos últimos dias, ainda é cedo para julgar os possíveis caminhos que este governo irá nos levar, todavia ainda não tem uma semana de trabalho.
Ah, o trabalho. Nesta situação toda, de desconfianças e pé atrás por parte de uns e otimismo e esperança por parte de outros, está o povo – vivendo na expectativa constante de obter emprego e renda.
Nesse caminho é que temos que acreditar. O porém é que, talvez por estar se habituando ao cargo e não querer dar tiro no pé, o ministro não queira revelar quais ações o ministério irá tomar para conseguir produzir emprego. A única pista deixada por Nogueira foi a necessidade de reformar a metodologia da pasta. “A modernização é fundamental para que haja estabilidade no mercado”.
Com essa afirmação, podemos entender que existirão mudanças estruturais e administrativas no Ministério do Trabalho. Resta saber se essas adequações terão resultados na criação de postos de trabalho.