Grupo da USP cria aplicativo para prevenir a depressão materna

Ferramenta indica intervenções para evitar riscos e incentiva procura por ajuda profissional, segundo o quadro apresentado

Para auxiliar a combater a depressão entre as gestantes, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) elaborou um aplicativo capaz de identificar sintomas depressivos nesse grupo e em mães. Denominada Motherly, a ferramenta indica intervenções para evitar riscos maiores e também incentiva a procura por ajuda profissional de acordo com o quadro apresentado.
O projeto está em processo de desenvolvimento.
Uma versão preliminar será lançada em breve para mulheres que se candidataram para participar do período de testes, ainda como parte da pesquisa. Além da saúde mental, o aplicativo também monitora aspectos como peso, qualidade do sono, nutrição e atividades físicas. No Motherly, o passo inicial é a gestante responder algumas perguntas que ajudarão a montar o perfil. Dessa forma, já é possível identificar sinais que merecem atenção. O aplicativo percebe indícios de alguma questão que pode se tornar clínica e promove ações. Para prevenir a depressão, a ferramenta utiliza a chamada “ativação comporTamental”.
Como explica o pesquisador Daniel Fatori, ela é usada há décadas na clínica psicológica, e incentiva o paciente a fazer atividades das quais gosta ou que lhe são importantes.
A técnica parte do pressuposto de que, ao fazer essas ações, os sintomas depressivos são naturalmente atenuados. Ao usar o Motherly, as mães e gestantes também monitoram a qualidade do sono e da alimentação, bem como a prática de exercícios físicos, e recebem dicas de como melhorar cada um desses aspectos da saúde. O aplicativo é personalizado, de modo que as recomendações que
cada usuária recebe são diferentes de acordo com seu perfil: a gestante só entrará no módulo de ativação comportamental, por exemplo, caso
apresente sintomas depressivos.
A princípio, o Motherly serve de auxílio para todo o período da gestação e até três meses após o nascimento. Em longo prazo, os pesquisadores querem desenvolver o aplicativo o suficiente para que ele possa ser utilizado até que a criança complete cerca de quatro anos. Os interessados podem obter mais informações sobre a ferramenta pelo site www.motherly.com.br.