Editorial : Impressão digital foi oficializada em 1880, mas ainda está em ‘fase de implantação’

Depois de tantos problemas, sendo muitos deles ligados às falhas no processo de segurança do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – este ano, pela primeira vez, o Ministério da Educação vai recorrer à biometria para fazer o reconhecimento individual de todos os estudantes inscritos. Sendo assim, no primeiro ou segundo dia de provas – que acontecerão nos dias 5 e 6 de novembro – haverá o registro da impressão digital dos estudantes. O objetivo é evitar fraudes e impedir que uma pessoa faça a prova no lugar de outra. Cerca de oito milhões de jovens devem passar por essa experiência – sendo que 2,2 milhões de alunos estão no último ano do Ensino Médio e dependem desse exame para ingressar numa das 500 universidades que utilizam o resultado do Enem como critério de seleção.
Na opinião de Phil Scarfo, especialista em biometria e vice-presidente de vendas e marketing da HID Biometrics, a autenticação da ‘impressão digital’ tem o mais alto valor de uso no nosso dia a dia, já que se trata de um atributo físico inviolável, que não pode ser alterado por criminosos. “Num futuro próximo, não vamos precisar de bolsa nem carteira, apenas dos nossos dedos para fazer uma série de atividades, incluindo as acadêmicas. Por isso, é uma grande ideia usar a impressão digital para autenticar pessoas que estão participando de um grande processo de seleção”.
O especialista destaca ainda que a maioria dos documentos conta com registros de impressão digital: documento de identidade (RG), passaporte, título de eleitor, carteira de motorista etc. “O Brasil está fazendo um enorme banco de dados de impressões digitais, o que permitirá em breve cruzar informações que serão muito úteis para agilizar processos e aumentar a segurança dos cidadãos”.
No âmbito acadêmico, o uso de autenticação de impressão digital não é importante somente no controle de acesso dos estudantes às escolas e universidades, mas em tantas outras situações em que é fundamental haver maior supervisão.
Com tantas vantagens e ainda sendo redescoberta, é bom lembrar que não se trata de uma possibilidade para o futuro e sim de um mecanismo existente há muito tempo. Como curiosidade, vale informar que a impressão digital foi aceita pela primeira vez em 1880.