Nossa Terra Nossa Gente : NA FOTOGRAFIA DE LUCAS LEITE, UM HINO DE AMOR À VIDA!

O moço de boinas e água marinha nos olhos reserva surpresas aos que o conhecem de passagem pela Rua dos Andradas ou mesmo como fregueses do “Crepe das Artes”, comércio que ele e seus irmãos inauguraram em 2016, exatamente 80 anos depois, no mesmo dia e local em que seu bisavô Agustin San Martin inaugurava a Padaria San Martin em Pindamonhangaba (22 de agosto de 1935).

O recinto é um convite declarado ao “happy hour”, ao encontro com os amigos e, de modo especial, com as delícias que o cardápio nos oferece. Encantam-me as exposições de arte que se renovam e enfeitam as paredes da creperia e, de modo mais do que especial, as imagens fotográficas que rolam num aparelho de TV e nos servem de companhia enquanto aguardamos nossos pedidos.

Essas imagens, de rara beleza e sensibilidade, me conduzem para as ruas e o interior dos palacetes históricos de Pindamonhangaba, para casamentos e batizados, para a vida de pessoas simples, cujos personagens desconheço,mas que traduzem em seus gestos ou nos enquadramentos perfeitos, uma poesia que eu misteriosamente capto.

Quem é o fotógrafo?

Lucas Leite! Um garoto que viveu a infância e parte da juventude em Pindamonhangaba e, aos 17 anos mudou-se para São Paulo, onde estudou Direito e Marketing. Uma diversidade de atividades profissionais forjou distintas geografias em seus itinerários pelo Brasil e pelo exterior. Na Nigéria viveu 4 anos (2012 – 2016). O respeito e o legado profissional que o seu trabalho edificou entre os nigerianos valeram-lhe uma excelsa homenagem: foi aclamado “chefe de tribo”, honra que poucos estrangeiros recebem em chão africano.

As fotos de Lucas Leite revelam uma arte que poucos fotógrafos conquistam em tão pouco tempo de profissão. A descoberta do “para quê” ele veio ao mundo foi recente, data dos últimos quatro anos. Entretanto, Lucas carrega entre seus equipamentos de trabalho um tesouro valioso, que ele soube cultivar ao longo da vida: sua espiritualidade e seu respeito aos sentimentos do ser humano.

Suas fotos expressam isto: a riqueza de sua alma!

Em seu blog (wakawakahistory.blogspot.com.br) ou em seu instagram (@wakawakablog), além do registro de viagens exóticas pela África e Ásia há um ensaio que arrebata meu olhar, “Um pouco de alegria a quem pouco tem”, em que ele nos brinda com fotografias de moradores de ruas e uma breve história de cadaretratado.

A beleza deste portifólio revela-me um peculiar segredo da fotografia de Lucas Leite: a magia que ele captura em suas lentes se eterniza. É isto o que eu sinto quando vejo suas imagens: nelas inexiste tempo! Quem as vê, vê apenas a divina graça de existir.Mistério de nossa humana existência que o seu olhar nos transmite como prova maior de seu hino de amor à vida.

Ah, já ia me esquecendo de comentar: “wakawaka” é uma expressão africana que significa “faça alguma coisa”. Lucas Leite faz! Como os grandes mestres da fotografia, ele poetisa a arte de fotografar!

  • O fotógrafo Lucas Leite