Nossa Terra Nossa Gente : Nos desenhos de Marina Oliveira, a mão divina

A menina nasceu para a arte. Seu primeiro desenho foi grafado no lençol do próprio berço, quando tinha menos de dois anos. Com uma caneta esferográfica azul rabiscou sobre o tecido branco umas garatujas e, essa experiência criativa, provavelmente, imprimiu em seu espírito o encantamento do desenho. Nunca mais deixou as canetas e os lápis! Cadernos, folhas sulfites, caixas vazias de papelão, muros e paredes da casa, tudo era espaço para suas “artes”.
Na escola, seus desenhos saíam do papel e impressionavam as professoras. Eles contavam as histórias que ela compunha no seu mundo de faz-de-conta. Seu traço firme concedia aos personagens criados a expressão suprema de tudo o que tem vida e pulsa.
Aos 12 anos, pedi a ela que desenhasse a poesia. Ela simplesmente me perguntou: – Mãe, como é a poesia? Pensei e respondi-lhe: – Filha, a poesia é a moça mais bonita que existe!Tomando nas mãos apenas o lápis e a folha sulfite, deu início à tarefa. Duas horas depois, sobre minha mesa de trabalho, estava a sua poesia: uma moça de olhar amoroso, de lábios delicados, tendo à cabeça um manto de pedras preciosas.
Até hoje sou encantada por esta imagem que veio a tornar-se capa de nosso primeiro livro: Manto Sagrado. Posteriormente, outros desenhos de sua autoria foram sendo estampados em camisetas, tatuagens na pele de amigos, capas de livros, quadros, ilustrações de jornais e revistas.
Na edição do Mapa Cultural Paulista 2015-2016, Marina Oliveira representou Pindamonhangaba e recebeu o Prêmio Revelação na Categoria Artes Plásticas/Desenho. A arte que sempre foi seu ponto forte, com este reconhecimento, ganha o prêmio mais valioso: a força e a coragem necessárias para a menina seguir na carreira artística.
Hoje, aluna do 1º Ano de Design Gráfico da Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Marina Oliveira concede à nossa terra e à nossa gente, outro feito: “Bluebird” (desenho em bico de pena e aquarela) foi classificado em 2º lugar e será um grande painel numa parede da instituição,ainda este ano.
A força que emana dessa obra, um pássaro azul abrigado nas cavidades de um coração, permitiu-me refletir que do mesmo modo que o pássaro está no coração, a flor está na semente e as mãos divinas estão em todas as expressões da Arte. Neste mundo tão carente de Deus, que saibamos conceder às crianças e aos jovens do século XXI um abrigo no coração da Arte. Para que eles encontrem no mundo, o sentido da existência; para que nós encontremos em suas expressões artísticas, dimensões sublimes do Altíssimo.

Imagens: Divulgação
  • “Bluebird”, premiado bico de pena e aquarela que se transformará num grande painel