História : O recenseamento escolar de 1920

Há 96 anos, a Tribuna do Norte, edição de 15/8/1920, divulgava o resultado de um recenseamento escolar realizado em Pindamonhangaba que apontava os números seguintes:
Zona urbana
Masculinos: sabem ler, 200; analfabetos, 308; frequentam escolas, 347; não frequentam, 161; filhos de brasileiros, 443; filhos de estrangeiros, 65.
Femininos: sabem ler, 226; analfabetos, 293; frequentam escolas, 312; não frequentam, 207; filhas de brasileiros, 470; filhas de estrangeiros, 49.
Zona rural
Masculinos: sabem ler, 145; analfabetos, 1.020; frequentam escolas, 318; não frequentam, 847; filhos de brasileiros, 1084; filhos de estrangeiros, 81.
Feminino: sabem ler, 106; analfabetos, 815; frequentam escolas, 204; não frequentam, 717; filhos de brasileiros, 845; filhos de estrangeiros, 76.
De um total de 3.133 recenseados, população escolar, foram revelados em porcentagens que 22% sabiam ler e o restante, 78%, não. Do mesmo total, frequentavam escolas, 38%; não frequentavam, 62%.
Sobre os números apontados, o articulista da Tribuna colocava como insatisfatória a porcentagem dos que sabiam ler e dos que frequentavam escolas, baseando-se no fato de Pindamonhangaba ser ”um município onde o governo despendia enorme soma com a instrução pública, e onde existia 1 (um) grupo escolar (a escola Alfredo Pujol), e 25 escolas de ambos os sexos”.
Em seu comentário, fazia comparação com a população escolar de Pinda no ano de 1877, que era de 412, quando havia apenas 3 escolas públicas para o sexo masculino e 2 para o feminino. A masculina com 169 alunos e a feminina com 87 alunas. Acrescentava ainda que em 1877 “tínhamos, além dessas escolas, três colégios para meninos, onde se ensinavam as primeiras letras e preparatórios e eram frequentadas por 82 meninos; e dois para meninas, frequentados por 74.”
Empenhados
no recenseamento
A comissão censitária, registrou a Tribuna, havia sido formada pelos professores João Gumercindo Guimarães, Carlos Ferreira César, José Silva, Murilo de Castro, José Athayde Marcondes, Luiz Marcondes Guimarães e Antenor Salgado, a estes coubera a zona rural. Para o recenseamento na região urbana haviam trabalhado as professoras Yonne César e Maria Amélia de Oliveira, sendo nomeada uma subcomissão pelo chefe do recenseamento de Pinda e pelo prefeito coronel Benjamin da Costa Bueno, que foi composta por Jocelino Franco e Ranulpho Gomes.
A Câmara Municipal, tendo como presidente o dr. Alfredo Machado e como prefeito Benjamin da Costa Bueno, proporcionara a condução aos encarregados do censo, destacava a TN, revelando que “o governo não havia despendido cousa alguma”.
A comissão censitária, por intermédio daquele artigo, agradecia àqueles que haviam hospedado e cedido condução em alguns pontos para os recenseadores, citando entre eles, o prefeito, o coronel Joaquim M. Homem de Mello, José Queiroz e sua senhora, a professora pública, Marianna Fernandes, Romeu Goffi, Climério de Godoy, Raphael Tobias, Luiz Bissoli e outros.
Também não foi esquecida a participação dos inspetores de quarteirão naquele importante serviço de interesse do governo do Estado.

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