História : Olhos verdes

Nesses teus olhos verdes leio e canto
a ternura que inspira o nosso amor;
vejo neles talvez o meu quebranto
que me leva a te ver seja onde for.

Que os não tisne a tristeza d’algum pranto
de que eu seja capaz e causador…
Mas hão de ter lágrimas o encanto
que o orvalho leva umidecendo a flor.

Hão de chorar no auge da alegria
Dos esponsais no máximo prazer,
Como o orvalho feliz da aurora ao dia.

Nesses teus verdes olhos, hei de ver
mil esperanças dando-me poesia,
que aumentem todo o encanto de viver…

J. Ezequiel de Souza,
(Pindamonhangaba, 14 de julho de 1935, jornal “A Cidade”)

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