Procura por emprego ganha fôlego em janeiro

Colocação no mercado de trabalho é um dos principais desejos de começo de ano

Colaborou com o
texto: Dayane Gomes

Os efeitos da crise econômica brasileira ainda afetam o mercado de trabalho de todo o território nacional. Apesar da queda do índice de desemprego nos últimos meses, muitos cidadãos ainda não se estabeleceram profissionalmente. Em Pindamonhangaba, seguindo uma tendência sazonal, a procura por ocupação cresce em janeiro devido à combinação de um crescimento da necessidade e da confiança dos moradores.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,7% no trimestre encerrado no último outubro, atingindo 12,4 milhões de brasileiros. Os números fazem parte da pesquisa nacional por amostra de domicílio (Pnad Contínua) e revelam que a diminuição sofreu influência do aumento do número de trabalhadores sem carteira e por conta própria.
Nos últimos tempos, a maior taxa de desemprego nacional foi de 13,1% no primeiro trimestre de 2018. Em Pinda, o principal local de busca por vagas nas redondezas é o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), uma agência pública de emprego que faz o intermédio entre aqueles que querem contratar e aqueles que precisam ser contratados. Esta mediação se dá por meio da comunicação de chances diárias, que, geralmente, têm rápido preenchimento, sendo “arrematadas” no mesmo dia ou período (manhã/tarde) em que são oferecidas.
Mesmo otimizando o processo de recrutamento cedendo sala para entrevistas e dinâmicas, normalmente, são poucas vagas para a grande demanda na instituição. “As pessoas fazem planos no final do ano e esperam passar as festas para vir em busca de uma oportunidade, para começar o ano com o pé direito. Por isso, em janeiro a procura é bem maior do que os outros meses”, explica Sônia Maria Dias dos Santos, oficial de administração do PAT da cidade.
“O público, em geral, está interessado na área da indústria. Essa é a nossa maior procura porque nosso município é industrial”, continua a funcionária que está há 17 anos na casa. Por outro lado, o dos contratantes, a oferta envolve mais outros setores, o comércio e a prestação de serviços. Entretanto, se a média de pesquisa por emprego cresce no início do ano, a quantidade de vagas é semelhante ao restante do período.

Ano novo, emprego novo

Diariamente, o Posto de Atendimento ao Trabalhador de Pindamonhangaba atende cerca de 200 munícipes. Além da disposição de cargos, a instituição disponibiliza outros serviços, como emissão de Carteira de Trabalho e entrada no seguro-desemprego. Deste modo, é comum ver pindenses retirando senhas com Carteira de Trabalho, RG, CPF e número do PIS, documentos básicos, em mãos.
Em janeiro de 2019, foi a vez de Gilmar José Gomes esperar para ser recebido no guichê 2. Ele perdeu sua ocupação formal em uma empresa, no ano anterior. “Eu fui mandado embora da fábrica em maio e até ia voltar a trabalhar, mas não conseguiram me registrar porque a produção parou de novo”, contou o morador do Araretama. Com 47 anos, o homem fala com facilidade as palavras “crise” e “desemprego”, enquanto cita o fato do antigo serviço ter dado férias coletivas para os funcionários remanescentes na possibilidade de retomar as atividades neste mês. “Talvez volte a funcionar e me chamar para trabalhar, mas não posso ficar esperando sem emprego”.

Dentro das possibilidades

Com a disponibilidade de, entorno, apenas 10 vagas por dia, o desempate dos concorrentes da agência pública de Pinda segue os critérios habituais: escolaridade, experiência e adequação ao cargo. De maneira geral, a maior parte das ocupações exige o Ensino Médio como qualificação mínima. “O PAT sempre tenta flexibilizar as vagas, conversando com o empregador para a conscientização de oportunidades com uma exigência um pouco menor”, reforça a oficial administrativa, Sônia.
Mais precisamente, a disputa por uma vaga e o ingresso em um novo emprego depende, em especial, de um currículo bem feito. “Na realidade, o currículo é o pé do trabalhador dentro da empresa. Por isso, ele tem que ser bem elaborado”, frisou. Por este motivo, ela indicou algumas dicas de como fazer um documento de apresentação adequado:

Dicas simples para elaboração de um bom currículo
– Não há necessidade de anexar foto, exceto se o contratante pedir;
– Todos os dados devem ser preenchidos com veracidade, sem inverdades;
– É fundamental que o candidato seja claro e objetivo sobre o que busca no mercado de trabalho;
– Convém destacar a experiência profissional e a escolaridade, colocando em primeiro qual destes itens for mais relevante;
– Descrever o cargo e a função desempenhados em ocupações anteriores ajuda na caracterização do perfil do trabalhador;
– O currículo não deve ser entregue amassado, rasgado, molhado ou em qualquer estado de conservação que o desvalorize.

  • Agência pública atende cerca de 200 pessoas por dia
  • O desemprego no Brasil caiu para 11,7% em outubro de 2018
  • Posto de Atendimento ao Trabalhador de Pindamonhangaba tem oferta diária de vagas
  • Emprego novo é o sonho de muitos pindenses para 2019