Projeção para inflação 2016 cai para 7,27% após 6 semanas estável, segundo Focus

Depois que o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, enfatizou em sua primeira entrevista que buscará o centro da meta de inflação em 2017, de 4,5%, a mediana das estimativas no Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira, 4, pelo BC, cedeu após seis semanas seguidas de estabilidade. De acordo com o documento, a taxa para o ano que vem oscilou de 5,50% para 5,43%. Também para a inflação deste ano, a trajetória de alta das estimativas, que vinha sendo mantida por seis semanas, recuou no boletim, com a mediana passando de 7,29% para 7,27%.
A rigidez das previsões para o ano vinha trazendo inquietações dentro do Comitê de Política Monetária (Copom). Na ata do Copom e no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), os diretores da instituição enfatizaram que há um “choque temporário” dos preços dos alimentos. No RTI, o BC informou que projeta inflação de 4,7% para 2017 no cenário de referência e de 5,5% pelo de mercado. Já no caso de 2016, as estimativas são de, respectivamente, 6,9% e 7,00%. Para o IPCA acumulado em 12 meses até junho de 2018, a previsão é de 4,2%.
Também ajudou o movimento o fato de, na quinta-feira passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter decidido repetir em 2018 a meta de inflação de 2017, de 4,5% com margens de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima e para baixo.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para este ano recuaram de 7,29% para 7,18%. Para 2017 permaneceram em 5,30%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,09% e 5,50%.
Já a inflação suavizada 12 meses à frente, que tinha voltado a apresentar alta, agora caiu, passando de 5,98% para 5,90% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,94%. As estimativas do mercado para os índices mensais também inverteram a tendência de alta da última semana: as de junho recuaram de 0,39% para 0,38% (quatro semanas antes estavam em 0,33%). Para julho, passou de 0,40% para 0,38% – um mês antes estava em 0,26%.

Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus trouxe uma queda nas projeções para os preços administrados de 2016 de 7,00% para 6,94%. Há um mês, a mediana das estimativas estava em 6,98%. Vilões da inflação de 2015, ao avançarem 18,07%, no caso de 2017, a mediana das expectativas continuou em 5,50%, onde já se encontra há oito semanas seguidas.
O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016. Nos últimos tempos, o dólar mais baixo também tem mostrado que pode colaborar com esse movimento.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na semana passada pelo BC, a taxa para os preços administrados em 2016 mudou de 6,1% do RTI de março para 6,7%. Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, a estimativa era de 6,8%. Para 2017, a expectativa é de alta de 5,3% ante 5,0% do último RTI e da ata divulgada no mês passado.

  • Apesar da previsão de queda, o consumidor não deve encontrar diferenças nos preços