Projeto “Agroecologia na Escola” cultiva sustentabilidade em Pinda

Responsabilidade ambiental é tema de atividade educativa desenvolvida na Escola Estadual Dr. Alfredo Pujol

Colaborou com o
texto: Dayane Gomes

A adequação das ações produtivas do homem ao respeito com o meio ambiente faz parte dos empenhos da sociedade contemporânea. Em Pindamonhangaba, esta “consciência verde” acabou plantando o surgimento do projeto “Agroecologia na Escola: agricultura, alimentação e soberania alimentar” na Escola Estadual Dr. Alfredo Pujol. Atualmente, a inciativa envolve a participação de cinco professores de diferentes áreas e cerca de 20 estudantes do primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio.
De acordo com a Cnapo (Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica), a base agroecológica se dá por meio do uso consciente dos recursos naturais empregados desde o plantio à entrega dos produtos da agricultura e, consequentemente, promove um desenvolvimento sustentável e estimula a qualidade de vida da população. Deste modo, o engajamento pindense trabalha, justamente, uma concepção de descoberta de relações menos impactantes entre sociedade e natureza durante a produção de alimentos.
A vivência da teoria na prática acontece através do cuidado de uma horta orgânica dentro dos limites da própria escola. No contraturno e em algumas aulas da grade curricular, os alunos têm contato direto com o espaço, esboçam possíveis aplicações agrícolas e aprendem assuntos relacionados à agroecologia, como composteira, horta mandala, horta de plantas medicinais, preparo do solo, medição dos canteiros, tipos de ferramentas, escolha das plantas, formas de irrigação, pomar, entre outros. “Os estudantes dialogam entre si e com o professor para poder pesquisar e ver a viabilidade das ideias. Assim, alguns dos subprojetos que eles formularam já estão em desenvolvimento”, diz o professor de geografia, Leonardo Mamede de Lacerda, envolvido na criação e na fundamentação da iniciativa educacional.

Raízes
Apesar do início “oficial” do projeto ser colhido em 2018, suas sementes remetem ao fim do ano passado, com a “22ª Feira Cultural”. O mestre em Geografia Humana, Mamede, conta que o evento teve como tema “Agricultura, alimentação, saúde e soberania alimentar” e, no subtema “tipos de agricultura”, o trabalho de alguns alunos da segunda série do Ensino Médio, com a sua orientação e da professora de sociologia, Roseli Marques, consistiu na mão de obra primária da horta orgânica. “Graças aos resultados obtidos, neste ano, nós conseguimos formular um projeto”, afirma.
Assim, os princípios da agroecologia, estudados pelos aprendizes e valorizados pelo corpo docente, firmaram raízes para a atividade atual, que tem o apoio da equipe gestora da escola “Pujol”, formada por Lia, Vanessa, Malco e Nabia. Sendo que, já estabelecido, o projetivo caminha para o aprofundamento de seus objetivos: articular os diversos saberes dos estudantes; questionar os atuais padrões alimentares; estabelecer um contato mais intenso com a natureza; possibilitar a vivência coletiva na formulação de projetos e resolução de problemas; refletir sobre os padrões hegemônicos de produção no campo.

“Um projeto como este traz a oportunidade de os estudantes vivenciarem aprendizados num ambiente que transcende a sala de aula, em que as decisões são mais democráticas onde há construções coletivas do conhecimento, sem que haja uma hierarquia. Além disso, essa é uma forma de relacionar na prática conteúdos de todos os componentes curriculares. Portanto, é a transformação do aluno, por meio da educação, expressado pelo pertencimento à escola, à cidade, ao ambiente e na luta por uma sociedade menos competitiva através, também, da busca do conhecimento”

– Leonardo Mamede, professor
e um dos idealizadores do projeto

  • Trabalho apresentado na “22ª Feira Cultural”da escola inspirou o projeto atual
  • Prática é desenvolvida em área previamente escolhida, dentro do “Pujol”
  • ”Agroecologia na Escola” já teve seus primeiros resultados