Retração do PIB em 2016 passa de 3,44% para 3,35%, avalia Focus

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Banco Central, mostrou um pequeno alívio para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Pelo documento, a projeção passou de -3,44% para -3,35% – um mês atrás estava em -3,71%. Na semana passada, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação que a sua nova estimativa para o PIB deste ano é de uma retração de 3,3% ante baixa de 3,5% vista na edição anterior do documento.
Para 2017, a mediana das previsões do mercado ficou estacionada em +1,00% de um levantamento para o outro. Quatro semanas atrás, a pesquisa apontava alta de 0,85%.
Já a estimativa para a produção industrial deste ano saiu de queda de 5,89% para recuo de 5,90%, a mesma taxa de um mês atrás. Para 2017, no entanto, a previsão voltou a subir, passando de uma alta de 0,80% para uma elevação de 0,90%. Quatro semanas atrás estava em +1,00%.
Para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2016, a mediana das previsões piorou mais uma vez, saindo de 43,70% para 43,90% de uma semana para outra. Um mês atrás, estava em 42,00%. No caso de 2017 no boletim Focus, as expectativas avançaram de 47,95% para 48,31% ante projeção apontada um mês atrás de 47,00%.

Balança comercial em 2016

As projeções do mercado financeiro para a balança comercial voltaram a ganhar um gás esta semana no Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo BC. A estimativa de superávit para este ano passou de US$ 50,76 bilhões para US$ 51,05 bilhões – um mês atrás estava em US$ 50,00 bilhões. Pela mais recente estimativa do BC, o saldo positivo de 2016 também ficará em US$ 50 bilhões. Para 2017, as estimativas continuaram em US$ 50,00 bilhões de uma semana para a outra. Há um mês, a mediana já estava neste patamar.
No caso das previsões para a conta corrente, as previsões para 2016 continuam de um déficit de US$ 15,00 bilhões, como na edição anterior. Um mês atrás, estava em US$ 15,40 bilhões. O montante de US$ 15 bilhões de déficit também foi a nova previsão do BC, que até três meses atrás contava com um rombo de US$ 25 bilhões. Já para 2017, a perspectiva do mercado financeiro de déficit de US$ 12,00 bilhões foi substituída por um rombo de US$ 12,60 bilhões de uma semana para outra. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 13,70 bilhões.
Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será bem mais do que suficiente para cobrir esse resultado deficitário nos dois anos. A mediana das previsões para esse indicador em 2016 subiu de US$ 60,50 bilhões para US$ 64,00 bilhões – estava em US$ 60,00 bilhões um mês antes. Para 2017, a perspectiva de volume de entradas permaneceu em US$ 60,00 bilhões pela décima semana consecutiva. Nas revisões promovidas pelo BC há cerca de 10 dias, a perspectiva é de ingresso de US$ 70 bilhões de IDP no País este ano – a estimativa anterior era de US$ 60 bilhões.

Dólar

Com a forte queda do dólar na semana passada, o mercado financeiro revisou de forma importante as projeções para o câmbio deste e do próximo ano. Isso, mesmo com a volta de atuação do Banco Central (BC) neste mercado por meio de leilões de swap cambial reverso.
O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, pelo BC, apresentou que a cotação da moeda estará em R$ 3,46 no encerramento de 2016 ante R$ 3,60 do levantamento anterior – um mês atrás, estava em R$ 3,68. Com isso, o câmbio médio de 2016 passou de R$ 3,61 para R$ 3,51 – um mês antes, estava em R$ 3,65
Para 2017, a mediana recuou de R$ 3,80 para R$ 3,70 de uma divulgação para a outra – quatro semanas atrás estava em R$ 3,85 Já o câmbio médio do ano que vem caiu de R$ 3,74 para R$ 3,61 de um levantamento para o outro – estava em R$ 3,81 um mês atrás.

Juros

Depois da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e da definição da meta de 2018 (4,5% com bandas de tolerância de 1,5 ponto porcentual), as projeções do mercado para a taxa básica de juros praticamente não se mexeram. O Relatório de Mercado Focus trouxe estabilidade das previsões para a Selic no fim de 2016 em 13,25% ao ano (aa) e para 2017, em 11,00% aa. Na semana passada, os analistas já tinham apresentado fortes correções para a taxa, que atualmente está em 14,25% ao ano. Entre os Top 5, porém, houve mudanças significativas na edição do documento desta segunda-feira.
Um mês atrás, o boletim apontava a Selic em 12,88% para o encerramento de 2016 e em 11,25% para o fim de 2017. No caso da Selic média, a mediana das previsões subiu novamente, de 14,03% para 14,06% para o horizonte de 2016 ante 13,88% de quatro semanas atrás. Já para 2017, a mediana do mercado para a Selic média permaneceu em 11,67% pela segunda vez – um mês antes estava em 11,70% ao ano.
Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus (médio prazo), a estimativa para o fim deste ano recuou de 13,75% aa, patamar em que já estava há um mês, para 13,50%. Para 2017, a mediana recuou de 11,25% aa para 10,50% – um mês antes, estava em 12,25% aa.