Sabesp prevê ampliação da estação de tratamento de água com investimentos de R$ 10 milhões

Empresa investe em modernização da rede e ramais, remanejamento de adutora e hoje leva rede de esgoto até o bairro Queiroz e Kanegae

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) iniciou sua história em Pindamonhangaba no ano de 1975, no exato momento que a cidade passava a viver um ‘boom’ industrial na década de 70. Nesse período, com pouco mais de 48 mil moradores, a Princesa do Norte começava a receber um número impressionante de novos moradores.
A vinda de mais de uma dezena de grandes indústrias para o município gerou enorme demanda na oferta de serviços em curto espaço de tempo. Para acompanhar esse desenvolvimento, a estrutura municipal então existente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) passou para o controle da estatal.
Nossa reportagem visitou a estação central de tratamento da água, localizada na Vila Nair, onde foi possível conhecer de perto os diversos processos utilizados pela equipe da Sabesp, começando pela coagulação, que é a recepção da água em seu estado bruto coletado no Rio Paraíba, até passar por outras operações importantes como a floculação, decantação e filtração.

Investimentos

De acordo com o Gerente de Divisão da Sabesp, José Fonseca Marcondes Júnior “ Jotinha”, foram investidos recentemente R$ 1.018,434,61 na substituição de redes e ramais de água nos bairros Maria Áurea e Campo Alegre. Também foi realizado o remanejamento da adutora de água tratada no trecho da Av. Abel Fabrício Dias (Pinda-Moreira César). “O trabalho realizado corrigiu um problema de vazamento que ocorria no leito carroçável da via. O valor investido foi de R$ 419.000,00“, disse Jota.
O gerente divisional também destacou a implantação da rede de esgoto nos bairros Bom Sucesso, Queiróz e Kanegae. Segundo ele, foram feitas no local 540 ligações de esgoto. A obra é fruto de mais uma parceria com a Prefeitura e consiste em mais de 1000 metros de rede coletora com investimentos de R$ 4.033.424,00.
Nesta entrevista, o Gerente de Divisão da Sabesp, Jota Marcondes conta um pouco da história da companhia em Pindamonhangaba e a missão da empresa em contribuir para mais qualidade de vida para uma cidade que hoje conta com 170 mil habitantes.

 

Quem é o Gerente Divisional que comanda a Sabesp desde Pindamonhangaba até o Vale Histórico?
Jota Marcondes – Sou José Fonseca Marcondes Junior, conhecido como Jota. Nascido em Pindamonhangaba. Nesse ano faço 20 anos de casado, tenho dois filhos: Isabela e Pedro. Em 2020 completo 36 anos de Sabesp. Na gerência eu tenho 20 anos, sendo 10 anos na área comercial administrativa e 10 anos à frente da gerência de Divisão de Pindamonhangaba, que contempla 13 municípios desde Campos do Jordão até a divisa do Rio, lá em Bananal e Arapeí.

Nos dias atuais, qual é o índice de água tratada e esgoto no município de Pindamonhangaba?
Jota Marcondes – Hoje, em Pindamonhangaba 99,9% da população é atendida com água tratada em suas residências.Os indicadores nesse quesito também estão excelentes. Nós temos 99,40% de coleta de esgoto. Desse esgoto coletado, 100% é tratado, dividido em três estações de tratamento: ETE Araretama, ETE Sede (Crispim) e a ETE Moreira César (Vila São Jose).

Ao longo dos anos, alguns bairros como Shangrilá e Solorrico enfrentavam problemas com a falta de saneamento e abastecimento. Como está hoje essa região?
Jota Marcondes – Essa área de Pindamonhangaba já tem rede de esgoto, porém nem todos os moradores se conectam à rede. Esse é o nosso trabalho junto com a Vigilância Sanitária da Prefeitura. A legislação atual diz que no local onde tem rede o cliente deve se conectar. Esse é um trabalho forte que a gente desenvolve na região. Na área do Shangrilá os resultados estão sendo muito bons, porém a gente ainda tem um déficit no que se refere aos moradores do bairro do Goiabal.

Faça um balanço dos últimos investimentos no município.
Jota Marcondes – No abastecimento de água, nós tivemos investimentos nas estações, atingindo uma reservação de 16,5 milhões de litros de água distribuídos por uma rede que hoje soma mais de 608 mil metros. No Ribeirão Grande, temos o sistema isolado de captação por meio do manancial do aqüífero subterrâneo (200 metros de profundidade). Lá, a reservação chega a 100 mil litros distribuídos por uma rede de 5.500 metros para 115 domicílios. Quanto ao esgoto nós temos três sistemas de tratamento que juntos somam uma vazão de 41.600 litros/segundo. Isso equivale a 1.497.600 litros/hora ou 34.444.800 litros/dia. Nossa rede coletora tem um total de 446.881 metros.

Quantos domicílios são atendidos com os serviços de água e esgoto?
Jota Marcondes – Na rede de água, o atendimento de nossa regional corresponde a 57.391 ligações ativas. Quanto à rede de esgoto, temos 55.158 residências atendidas.

Qual o investimento previsto para a cidade nas próximas etapas?
Jota Marcondes – A meta neste ano começa com a implantação de Estação Elevatória de Esgoto e coleta de esgoto na Rua 2 do Sangrilá. Serão 341 metros de linha de recalque para 19 ligações. O valor previsto do investimento ultrapassa R$ 550 mil. Também tempos previsão para atender o crescimento vegetativo com mais ligações e prolongamento de rede com valor previsto de R$ 2.400.000,00. Isso totaliza R$ 8,4 milhões entre o que já foi realizado e o que será feito.

A cidade cresceu e exige constante atenção. Há algum investimento grande previsto?
Jota Marcondes – Nós vamos fazer a ampliação da nossa Estação de Tratamento de Água. Ela estava prevista no projeto para o ano de 2024, mas como a cidade progrediu demais, já desde o final de 2019 a gente pleiteou junto à diretoria recursos para antecipar essas obras, que devem sair no final de 2020 ou no início de 2021. É uma obra cara e o investimento vai girar em torno de R$ 10 milhões.

Você pode comentar sobre outras ações de saneamento e sustentabilidade?
Jota Marcondes – Nós temos um trabalho muito forte não só aqui em Pindamonhangaba, mas também em todas as cidades onde a Sabesp atua, que é o serviço de conscientização ambiental junto à população. E nesse trabalho, nada melhor do que fazer com as crianças, com os nossos estudantes e com nossos jovens. Recebemos aqui a visita dos alunos, seja do ensino básico, médio ou de universitário.

Como tem sido a atuação da Sabesp no trabalho da reciclagem do óleo de cozinha?
Jota Marcondes – Aqui também temos um ponto de coleta e isso aí nos auxilia muito porque este óleo não vai pra rede de esgoto e não causa obstrução. É um item que a gente consegue eliminar nessa má utilização das redes de esgoto por parte da população.

Que tipo de material o cidadão joga nas redes de esgoto?
Jota Marcondes – Infelizmente a população joga todo tipo de material na nossa rede de esgoto. Quando falo todo o tipo, é todo o tipo que você puder imaginar e vai encontrar dentro das redes de esgoto. Tem estação elevatória onde se faz a limpeza três vezes por semana e a gente acha de tudo, muito material plástico, muito pano, bolas, preservativos, pinos de drogas, [infelizmente muitos].

O trabalho da Sabesp também atende comunidades ribeirinhas, correto?
Jota Marcondes – Nós temos um trabalho muito forte na região do Ribeirão Grande, um bairro da zona rural, mas lá já tem água da Sabesp. Temos 115 ligações e lá foi implantada uma rede com o material mais moderno que se tem hoje pra se utilizar no saneamento que a gente chama de PAD e em quase 100% evita vazamentos. Tanto é que estamos lá há cerca de oito anos com a rede de esgoto implantada e até agora nunca teve um vazamento no Ribeirão Grande, nem na rede e nem nos canais.

Um curso d’água como o Ribeirão Grande é cercado de normas rígidas quanto ao descarte de efluentes. Como é que a Sabesp atua sob essas restrições?
Jota Marcondes – Também em conjunto com a Prefeitura, a gente já fez um levantamento pra também resolver o problema do esgoto sanitário. O Ribeirão Grande, por ser um rio de Classe 1, não pode receber esgoto tratado. Não tem jeito de fazer uma estação de tratamento no bairro. A única situação que vai resolver são as fossas sépticas, com filtros e sumidouros aprovados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É esse projeto liberado pela Prefeitura e pela Secretaria de Meio Ambiente que nós estamos tocando.

Você citou que a população joga todo tipo de coisas nas redes de esgoto. Qual o recado para essas pessoas?
Jota Marcondes – Infelizmente, há um entendimento incorreto da população que entende que a água de chuva auxilia na rede de esgoto. Nossas redes de esgoto foram dimensionadas para receber somente o esgoto domiciliar. Se a pessoa joga água de chuva na sua rede de esgoto, é quase que certo que esse esgoto irá retornar para dentro da sua casa. Um levantamento que a gente já fez, 50% da população de Pindamonhangaba joga água de chuva na rede de esgoto e também joga todo o tipo de material e objeto. Isso prejudica a própria pessoa que joga e também os seus vizinhos.

Como o cidadão pode entrar em contato com a Sabesp para resolver algum problema no abastecimento ou rede de esgoto?
Jota Marcondes – Gostaria de pedir o apoio de todos. Quando houver algum problema relacionado à Sabesp, liguem pra nossos canais de atendimento. Temos o 0800 055 01 95 à disposição 24 horas, que você pode fazer o teste, não demora mais que 20 segundos pra ser atendido. Às vezes a pessoa se manifesta pelo Facebook, Instagran da vida, na imprensa, na Câmara de Vereadores, mas esquece de avisar a gente. Temos o site da Sabesp (www.sabesp.com.br), temos o App da Sabesp, temos aqui em Pinda o nosso atendimento presencial. Enfim, o que pedimos para a população é que nos comunique sobre qualquer problema de água, esgoto, da mesma forma um cano que estourou na rua ou se for visto um buraco onde não foi feito a reposição. Isso se a pessoa quiser que seja resolvido rapidamente.

  • Secretária de Meio Ambiente da Prefeitura, Maria Eduarda San Martin e o gerente da Sabesp, Jotinha Marcondes, em recente premiação recebida pelo município pela política de saneamento - Créditos da imagem: Divulgação
  • A Sabesp Pinda fica na rua Cap. Alfredo César, 200 - Créditos da imagem: Jucélia Batista
  • Créditos da imagem: Jucélia Batista