História : Transporte de antigamente: no tempo das “jardineiras”

Em crônica publicada na Tribuna do Norte (24/3/1984), Vasco Cesar Pestana fala de uma empresa de transporte coletivo chamada Santa Luzia, que no início dos anos 50 começou a operar com vários carros (jardineiras) em Pinda. A referida empresa fazia linhas como Centro/ Boa Vista, Centro/Alto do Tabaú e também Pinda/Taubaté.
Cesar Pestana cita também em seu artigo os serviços de transporte coletivo realizados pelo ‘sr. Nardelli’, que “obteve autorização da prefeitura e com alguns ônibus manteve várias linhas dentro da cidade e uma até o Ribeirão Grande, mas motivos diversos impediram-no de continuar com o serviço”.
“Algum tempo depois, a Prefeitura colocou em circulação vários microônibus que percorriam vários bairros, tendo como ponto o estabelecimento comercial ‘Quitandinha’, na Rubião Júnior”, acrescenta o cronista.

Teberga
Transporte e Turismo

Em 1970, quando o prefeito era o Dr. Caio Gomes Figueiredo, foi inaugurado em Pindamonhangaba, no dia 24 de janeiro daquele ano, um serviço de transporte coletivo mais condizente com as carências do município. Após concorrência pública, iniciavam os serviços da Teberga – Transporte e Turismo, do empresário Francisco Teberga Alves.
Nota sobre o assunto foi publicada no jornal 7 Dias (edição de 25/1/1970) na qual informava que “ônibus novos, confortáveis e decorados com as cores de nossa bandeira, estavam servindo a nossa população, principalmente os moradores residentes nos bairros mais longínquos”. O jornal elogiava o responsável pela empresa pelo “moderno serviço de transporte urbano”.
Os ônibus circulares da Teberga – Transporte e Turismo percorriam os bairros mais populosos e faziam ponto na rua Rubião Junior (fundos da escola Dr. Alfredo Pujol). A empresa mantinha também algumas linhas deficitárias como as de Moreira César, Sapucaia e Ribeirão Grande. A TTT serviu Pindamonhangaba até 1978, quando o transporte urbano passou a ser explorado também pela Pássaro Marron, empresa que já era responsável pelo transporte intermunicipal na cidade.

O ônibus de Coruputuba

Segundo o professor Eduardo Salles, em artigo publicado no jornal Tribuna do Norte na década de 90, o primeiro ônibus que fez a linha Coruputuba/Pindamonhangaba foi construído ou adaptado nas oficinas dos irmãos Ciro, Romeu e Wilson Valentini. Ele conta que era uma espécie de ônibus com a frente de um caminhão, na época, carros desse tipo eram denominados ‘jardineiras’.
“Esse ônibus foi utilizado para conduzir as pessoas que trabalhavam na inesquecível Companhia Agrícola e Industrial do Dr. Cícero Prado, em Coruputuba”, relembra, acrescentando que era dirigido por Taurino Branco de Araújo, que morreu aos 95 anos.
Em escritos históricos denominados “Coruputuba 1911-1968: 57 Anos de Glórias e Relizações”, material do Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina, vamos encontrar numa edição do informativo “O Trabalhista”, periódico que , datilografado e mimeografado, circulava na fábrica de papel do Dr. Cícero Prado, com a seguinte nota alusiva ao surgimento do primeiro ônibus de Coruputuba:

“Registramos com prazer neste número de ‘O Trabalhista’, os esforços despendidos pela firma ‘Irmãos Valentini Ltda.’, que adquiriu recentemente um novo ônibus para atender, com preferência, ao serviço regular de condução do nosso pessoal do escritório, professores, alunos e moradores em geral de Coruputuba, que diariamente demandam a Pindamonhangaba e vice-versa para os diversos afazeres de cada um.
Coopera a Companhia Industrial Cícero Prado, dando-lhe com justa razão a preferência da qual são merecedores, haja vista o tempo que prestam esses serviços, há seguramente mais de 15 anos.
Esse novo veículo, que possui mais lugares, vem mais uma vez demonstrar a boa vontade da empresa, procurando demonstrar sua cooperação, o que muito admiramos.
Nossos cumprimentos aos nobres dirigentes, pois são merecedores de nossa estima e apreço.”

O livro “A Vida nos Balcões da Pequena Pindamonhangaba” (Gráfica Ativa, Taubaté, 1997), da escritora Eloyna Salgado Ribeiro, com sua importante parcela de contribuição à memória do município, também menciona o coletivo: “O primeiro ônibus da linha Pindamonhangaba – Coruputuba recebeu bençãos em Aparecida. Ele foi construído nas oficinas dos irmãos Valentini, Ciro, Romeu e Wilson. Fazia transporte entre a Fazenda de Coruputuba e Pindamonhangaba.” (ver foto em “Lembranças Literárias)

  • “Jardineira estacionada em frente ao antigo Bar e Restaurante Guarany, do saudoso comerciante Florysmundo de Godoy, pai do Ireno, Laerte, Cida e Laura. Hoje lá funciona a Drogalar e ao lado, já quase em frente à Praça Mons. Marcondes era a barbearia do sr. Ignácio, pai do Fernando Rezende e mais ao lado, a Casa de Móveis São José, à época, pertencente ao sr. Braz Pereira e, depois, ao sr. Trajano Mendes Vilela”. Colaboração do escritor Francisco Piorino Filho
  • Jardineira que fazia a linha Pindamonhangaba/Moreira Cesar