Verão traz mais vulnerabilidade à pele: atenção ao câncer de pele

Especialista da Central Nacional Unimed explica quais os diferentes tipos da doença e dá dicas de como identificar e prevenir

A chegada do verão traz à tona aquele discurso que foi viralizado na voz do jornalista e apresentador Pedro Bial: use protetor solar. A recomendação tem a sua razão de ser. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com 180 mil novos casos ao ano.
“O câncer de pele corresponde a 25% de todos os casos da doença na população”, afirma a dermatologista Dulce Aunhao, da Central Nacional Unimed. A especialista explica que a doença, muitas vezes, se manifesta silenciosamente, por isso, é preciso estar atento aos primeiros sinais no corpo, por mais sutis que sejam, e procurar um profissional para eliminar dúvidas.
Entre os sinais que podem indicar a doença estão o surgimento ou o aumento de pintas e manchas pelo corpo: uma pinta que aumentou de tamanho ou mesmo uma lesão que está sempre ferida, que sangra sem razão ou que não sara com facilidade. “Quanto antes a doença for diagnosticada, mais efetivo e rápido será o tratamento”, enfatiza.

Tipos de câncer
A maioria dos cânceres de pele é causada pelo excesso de exposição ao sol. A doença surge a partir do crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Os tipos mais comuns são o carcinoma basocelular e o espinocelular, que correspondem, respectivamente, a aproximadamente 70% e 10% dos casos. O tipo menos frequente que, entretanto, é inversamente o mais agressivo é o melanoma, que tem fatores genéticos em sua causa, além da exposição solar.

Confira, a seguir, as principais diferenças entre eles.
Carcinoma basocelular (CBC): o CBC aparece na camada mais profunda da epiderme, a camada superior da pele. Ele costuma surgir em regiões expostas ao sol, como o rosto, as orelhas, o pescoço, o couro cabeludo, os ombros e as costas. É um tipo que é menos agressivo e pode ser curado em caso de detecção precoce.
Carcinoma espinocelular (CEC): esse câncer costuma se manifestar nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Embora possa se desenvolver em qualquer parte do corpo, o mais comum é que ocorra nas partes expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. A pele no local afetado apresenta enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. Os CECs têm coloração avermelhada e podem parecer com machucados que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse câncer é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres.
Melanoma: É o câncer de pele mais agressivo, que pode gerar metástases (atingir outros órgãos) e possui o maior índice de mortalidade. Ele possui a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos, mas ao contrário dos sinais “normais”, o melanoma muda de cor, de formato ou de tamanho e, ainda, pode causar sangramento. A hereditariedade exerce um papel central no desenvolvimento do melanoma. Pessoas com familiares diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente.
É importante ressaltar que mesmo nos casos de melanoma, as chances de cura chegam a 90%, quando a doença é detectada no início. Por isso é fundamental a ida ao dermatologista pelo menos uma vez por ano e procurar um profissional assim que notar qualquer sinal minimamente anormal na pele. “Apenas um profissional qualificado pode diagnosticar a doença e recomendar a melhor conduta de tratamento”, ressalta Dulce.

 

Proteja-se
O Brasil é um país tropical. Por isso, o uso de filtro solar deve ser um hábito diário, tal como escovar os dentes, pois é ele que forma uma camada de proteção contra as radiações UVA e UVB, que são as responsáveis pelo fotoenvelhecimento, queimaduras solares, vermelhidão e pelo câncer de pele.

Confira alguns cuidados para se proteger contra a exposição solar:
Evite exposição solar entre 9h30 e 16h
Use protetor solar diariamente no rosto e nas partes do corpo que ficam expostas ao sol, tais como mãos, braços, pescoço
Reaplique o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre, como praia, piscina ou parques.
Ao utilizar o produto no dia a dia, aplique pela manhã e reaplique antes de sair para o almoço.
Use acessórios como chapéus e óculos de sol
Pessoas que praticam exercícios ao ar livre, como ciclistas e corredores, podem utilizar roupas que possuem fator de proteção.