Vanguarda Literária : Visão humanística da saúde

O homem, muitas vêzes conceituado numa visão reducionista como um ser fisiológico-psicológico, em função da sua história e das suas relações sociais, é inquestionávelmente um ser social.
A Representação Social (R.S.) entendida também como verbalização das concepções que o ser tem do mundo que o rodeia, e , por ter um caráter dinâmico de processo, propicia que condições individuais de existência e co-existência sejam analisadas em suas determinações que são múltiplas.
A Teoria de Representação Social (T.R.S.) portanto, procura dar de conta de um fenômeno ( por exemplo: o ser-adolescente na nossa Área de Pesquisa: Saúde do Adolescente) em que o ser se desvela em conceitos e afirmações, explicações , originários da sua cotidianeidade, expressos na linguagem, analisando-o, na busca do entendimento deste na sua globalidade. Assim, vamos compreender porque as Representações Sociais ao articular elementos cognitivos, da linguagem e da comunicação dos indivíduos, estão presentes em todos os estudos multidisciplinares para a compreensão do homem sobretudo no Campo das Ciências da Saúde.
Ao nos referirmos ao Processo Saúde –Doença, `as doenças de maior impacto social ( Tuberculose e AIDS só para exemplificar duas das mais expressivas na sociedade hodierna) como fenômenos vivenciados no plano social e coletivo, passaremos verdadeiramente, a avaliar o enorme papel que as Representações Sociais ( R.S.) desempenham no sentido de explicá-los, contribuindo sobretudo para o desenvolvimento de uma psicossociologia não só da Saúde , como do Conhecimento. Ora, os fenômenos na Área da Saúde ( aqui volto a pontuar a questão do processo adolescência no sentido mais amplo do termo) recorrem à fabulosa contribuição da T.R.S. , que trouxe, por meio de várias pesquisas, principalmente na Área da Psicologia da Saúde, uma grande contribuição, visto que seu elemento norteador é elevar a qualidade de vida dos seres humanos, ora tentando auxiliar para o conhecimento sócio-cognitivo, ora estabelecendo estratégias de enfrentamento relacionados com patologias, no caso, com fenômenos sócio-patológicos, seus significados e seus inevitáveis desdobramentos.
Ante o que expusemos, de maneira sucinta, não se torna difícil entender o relevante papel enfocado nas representações que os sujeitos sociais fazem de seu processo Saúde –Doença, de seus corpos e de outros componentes sociais, para a melhoria crescente do trabalho interdisciplinar, de alta valia nos programas preventivos e interventivos na Área da Saúde.E, se tornam cada vez mais necessárias abordagens nesse campo ,para que se entenda que o FENÔMENO SAÚDE ( algo que se mostra e se desvela dentro de uma dinâmica muito peculiar) tem uma dimensão humanística muito ampla, longe do reducionismo doença-medicalização. Assim compreendemos que SAÚDE é algo transcendental , e essa noção devemos solidificar , em especial, nos nossos estudantes de medicina que serão os médicos de amanhã.Hoje, mais do que nunca, num mundo em que impera o matéria, em que “ As cabeças estão voltadas para a Pós-Modernidadade do lucro e da vantagem econômica”,como afirmou a Prêmio Nobel de Economia do ano de 2009–Elinor Ostrom ( juntamente com Oliver E, Willimson), a primeira mulher a ganhar esse relevante prêmio estudando o papel da empresas na resolução de conflitos.Dessa maneira,o pensamento e as atitudes humanísticas têm vez e lugar.E, como Educador,tentamos levar ao nosso formando em Medicina a nobreza do doar-se ,a força incrível da Tecnologia aliada aos valores éticos ,a esperança de dias melhores para os Profissionais de Saúde que têm como dever essencial, não só a questão de salvar vidas ( existência) , mas a preservação da mesma ( co-existência) pelo bem do nosso próximo.