APL cria Grupo de Estudos Guimarães Rosa

Criado na sessão plenária solene da APL – Academia Pindamonhangabense de Letras (atualmente presidida pela escritora Bete Guimarães) no dia 26 de fevereiro deste ano, atendendo à proposta dos acadêmicos professores Paulo Tarcizio e Anamaria Jorio, o Grupo de Estudos Guimarães Rosa vem conquistando seus integrantes, que a cada reunião ficam mais animados com a oportunidade que têm de adquirir novos conhecimentos relacionados à vida e obra de um dos mais importantes escritores brasileiros.
Aficcionados pela obra de João Guimarães Rosa (1908-1967), nascido em Codisburgo-MG, Tarcizio e Anamaria revelam que o objetivo inicial era divulgar a existência da imensa obra rosiana. “Esse escritor de méritos incontestáveis, membro da Academia Brasileira de Letras, premiado e traduzido no mundo inteiro, era pouco conhecido e falado em nossa cidade e merecia, portanto, um grupo de estudos”, destacam.
Depois da primeira reunião, ocorrida no dia 7 de março, na sede da APL, no Palacete Tiradentes, o grupo já está próximo de somar 30 encontros para os edificantes e animados estudos. As reuniões acontecem às terças-feiras com início às 18 horas, quando não são realizadas na sede da APL ocorrem na sala de reuniões do jornal Tribuna do Norte (Fundação Dr. João Romeiro), bem em frente.
Participantes
comprometidos
Segundo Paulo Tarcizio, o grupo reúne acadêmicos e não acadêmicos, é aberto à participação de todos interessados nos estudos da obra de Guimarães Rosa. Entre acadêmicos e não acadêmicos os encontros para os estudos têm reunido, a cada semana, de seis a dez participantes, sendo mais assíduos: Ana Maria Guimarães, Anamaria Jorio, Angélica Maria, Bete Guimarães, Edson de Souza, Elaine Santos, Giovani Macedo, Paulo Tarcizio, Rute Eliana e Samuel Messias.
“Os membros do grupo têm sido encantados pela magia deste grande autor, não há como estudar sua obra sem se deixar tomar por sua sensibilidade e carinho para com as pessoas, para com as crianças, os velhinhos, para com os animais, para com a natureza, enfim”, comenta Tarcízio.
Uma prova de comprometimento do grupo se verificou no estudo do conto “O Riachinho Sirimim”, quando os participantes começaram a se referir uns aos outros, em momentos de carinho, como sendo “siriminzinhos”… Tarcízio atribuí esse comportamento “à ternura demonstrada pelo autor para com o pobre riachinho”.
Evolução dos estudos
Segundo o responsável pelo grupo, “o andamento dos trabalhos foi trazendo aos participantes a fruição do prazer proporcionado pela amigável construção do saber, mediante a leitura conjunta e comentada das histórias, com atenção às formas de expressão, às palavras inventadas, à ternura que o autor nos ensina para com a natureza e as pessoas”.
Sobre a dinâmica das reuniões ele explica que consiste na leitura oral do texto programado, alternando-se os leitores a cada parágrafo, pausando-se a leitura para os comentários do grupo, buscando-se o esclarecimento dos textos mais nebulosos, debatendo-se as preciosidades linguísticas encontradas no trecho.
Para os
próximos anos
Iniciado neste final de ano, o conto Dão Lalalão, do livro de crônicas e contos Ave, Palavra, tem previsão para ser o foco do estudo até maio de 2017. Na sequência, estudarão o conto Buriti, segunda parte do Noites do Sertão. O grupo pretende concluir o estudo de Buriti no final de 2017.
Alicerçados na afirmação do próprio Guimarães Rosa. “A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação – porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada”, o grupo já discute também o tema para 2018. Seus componentes acreditam que seja o livro Sagarana. “Assim, a obra máxima Grande Sertão: Veredas (que é mesmo para iniciados) ficaria para mais tarde… Mas tudo isso deve ser debatido e decidido pelo Grupo”, conclui Paulo Tarcízio.

Imagens: Divulgação
  • Grupo Guimarães Rosa em um de seus encontros na sala de reuniões do jornal Tribuna do Norte (Fundação Dr. João Romeiro)