Vanguarda Literária : CAVALEIRO DE SÃO PAULO

Há uma década, graças à bondade da indicação dos estimados padrinhos: Acadêmico Simões de Carvalho e Israel Dias Novaes, ingressávamos em uma das mais importantes e históricas Instituições do Estado de São Paulo, sendo, na época, o único cidadão do Vale do Paraíba a pertencer à Associação dos Cavaleiros de São Paulo, fato que muito nos honra, visto que, vindo do Nordeste, por força dos Estatutos, passaria a ter, simbolicamente, a cidadania de paulistano, uma vez que, a partir da investidura no cargo, assumiria o compromisso de defender as tradições de São Paulo de Piratininga. Aqui, apresento, mais uma vez o meu abraço de agradecimento a estes dois homens admiráveis que honram o Jornalismo e a Cultura do solo bandeirante.
Na oportunidade, proferimos o breve discurso:
Ilustríssimo Senhor Dr. Israel Dias Novais. – Digníssimo Senhor Presidente da Associação dos Cavaleiros de São Paulo.
Meu querido padrinho e amigo Major Simões de Carvalho, que, por motivo de força maior não pode estar presente nessa significativa solenidade,
Demais Autoridades aqui presentes.
Senhoras Damas e Senhores Cavaleiros.
A bondade cativante dos Senhores Cavaleiros e Ilustres Damas de São Paulo traz o humilde professor da universidade do interior – Universidade de Taubaté, modesto médico e membro da pequena Academia de Letras da Terra do imortal e saudoso Augusto César Salgado – Pindamonhangaba, e demais companheiros, para o vosso convívio, nesta casa onde se acrisolou o que há de mais sério, de mais amoroso e devotado, de mais puro e elevado no que tange à história, às tradições da gloriosa cidade de São Paulo de Piratininga.
Encontramo-nos, mercê da fidalguia do vosso trato, sobretudo do Homem Patriota, amante da sua Terra e da sua gente – o Paulistano e Jornalista de elevada estirpe, Major Simões de Carvalho, e da receptividade magnânima desse cidadão paulista, exemplo para os da nossa geração e do porvir: o jornalista probo, o político combativo e honesto, e escritor – genealogista – Dr. Israel Dias Novais, na Casa de Anchieta, que, sob as bênçãos da Cruz de Cristo, conserva as relíquias históricas e se cultuam os fundadores dessa amada cidade que abriga generosamente irmãos nossos de todos os credos e de todos os quadrantes desse imenso Brasil.
A emoção incontida traz-nos a esse solo sagrado, onde se encontra a verdadeira alma paulistana, cavaleiro andante da justiça, soldado da lei, herói da liberdade, que provou ao mundo o valor da sua raça, a coragem e a força dos idealistas e deixou inscrita, no bronze do tempo, a maravilhosa e sofrida Epopeia de 32 que fez palpitar os corações bandeirantes, símbolo de civismo e amor à Pátria, em um padrão eterno de Direito e da Liberdade.
Nessa noite comemorativa do quadragésimo primeiro ano da nobre Associação dos Cavaleiros de São Paulo tornais – nos membros dessa sociedade que incentiva o culto a São Paulo, e a defender-lhe as tradições morais e cristãs.
Senhoras Damas e Senhores Cavaleiros!
Ser cavaleiro é uma forma cristã de ser militar ! O cavaleiro é o soldado cristão! A investidura de cavaleiro obriga à lealdade, o culto da honra e do dever, o devotamento às boas causas, à sinceridade e à cortesia.
Relembro D. Quixote: “Cavaleiro sou e cavaleiro hei de morrer se a Deus prouver. Vão uns pelo largo campo da ambição soberba, outros pelo da adulação servil e baixa, outros pelo da artificiosa hipocrisia e alguns pelo da religião sincera. Eu, porém, inclinado à minha estrela, vou pela estreita senda da cavalaria, por cujo exercício desprezo a fazenda, mas não a honra”.
Pelas origens da Associação dos Cavaleiros de São Paulo, pela sua história que se constrói na ação benéfica e quotidiana de cada um de seus membros, pelo sentido ético e cristão de cada um dos seus postulados, pela proximidade com Deus que ela permite e propicia através do bem, é que nos sentimos orgulhosos em integrá-la!
Que o Senhor, Deus de amor, na sua infinita magnanimidade perdoe-nos o pecado. Ele saberá compreender a nossa ufania e há de justificá-la, pois dela conhece bem os motivos, e , há de nos conceder forças para que sempre sejamos dignos da insígnias hoje recebidas.