Editorial : Copom reduz taxa básica de juros para 13,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou uma nova redução dos juros básicos da economia (Selic), de 0,25% ponto percentual. Esta foi a segunda queda em 41 dias. No dia 19 de outubro, o Copom agiu de forma bem discreta, quando baixou a taxa de 14,25% para 14% – a primeira queda em quatro anos.
A cautela do Banco Central em outubro e, agora, em novembro, divide os especialistas.
Há os que querem que o governo tenha uma política mais agressiva para fazer com que a economia reaja de forma mais rápida; porém, existem os que preferem a redução de modo ‘pingado’, pois embora não amenize as taxas com velocidade, ao menos acalmam os investidores e mantém o cenário com boas perspectivas.
De qualquer modo, houve essa segunda redução consecutiva – o que deve dar certo alívio em praticamente todas as taxas de financiamento, bom… é o que esperamos.
De acordo com comunicado divulgado pelo BC após a reunião, “a inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência de quedas de preços de alimentos, mas também com sinais de desinflação mais difundida”.
O Copom destaca ainda, entre outros fatores, que as projeções para a inflação de 2016, nos cenários de referência e mercado, recuaram e se encontram em torno de 6,6%. As projeções para 2017, nos cenários de referência e mercado, situam-se em torno de 4,4% e 4,7%, respectivamente. Para 2018, as projeções encontram-se em torno de 3,6% e 4,6%, nos cenários de referência e mercado, respectivamente. Além disso, na visão do comitê, os passos no processo de aprovação das reformas fiscais têm sido positivos até o momento.
Principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação, a taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Quando o Copom aumenta a taxa, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
Isso mostra que os pífios 0,25% de 19 de outubro foram insuficientes e podem indicar ainda que, para o Governo, é bem provável que os novos 0,25% sejam capazes de fazer o BC atingir seus objetivos.