Editorial : Educação em tempos de pandemia

Desde que cientistas e autoridades de saúde ao redor do mundo começaram a falar sobre um novo coronavírus, em janeiro, passaram-se sete meses. Após todo esse tempo, ainda persistem mistérios importantes sobre a doença. Quantas pessoas foram infectadas? Por que uns ficam mais doentes do que outros? E, afinal, qual é o papel das crianças na propagação do vírus?

Ainda não se sabe. Dados disponíveis, contudo, sugerem que o risco de complicações em crianças é realmente baixo. Embora sejam pequenas as chances de crianças e jovens ficarem doentes pelo coronavírus, a preocupação quanto aos efeitos que uma retomada das aulas pode provocar é compreensível. Como tomar uma decisão?

Vemos nesta edição que o Estado de São Paulo planeja retomar as aulas presenciais em outubro, adiando a previsão inicial, que era para setembro. Etes e Fatecs estão realizando matrículas online para o próximo semestre, mas ainda não há uma definição de como serão as aulas, que atualmente seguem a Educação à Distância.

Mesmo que as aulas presenciais retornem nas próximas semanas, é improvável que todos os estudantes voltem de fato.

Além disso, aqueles com alguma doença que os inclua no grupo de risco para o novo coronavírus devem continuar no ensino remoto. Muitos professores não poderão voltar a lecionar imediatamente, por fazerem parte justamente deste grupo de risco.

Alunos e os pais inseguros, com medo que um filho possa se tornar um vetor ou se infectar com o vírus, possivelmente poderão optar pela continuação dos estudos em casa pela internet.

O futuro próximo da educação de nossos filhos ainda é incerto. O que temos de concreto é que as escolas em todos os níveis e esferas buscam soluções para se adequar à nova realidade sem penalizar, ou penalizando minimamente aos estudantes.