Nossa Terra Nossa Gente : EMÍLIO RIBAS, O PATRONO DA SAÚDE NO ESTADO DE SÃO PAULO

Na data comemorativa do sesquicentenário de nascimento de Emílio Marcondes Ribas (11/4/1862), o governador Geraldo Alckmin, através do Decreto Nº 57.966, de 12 de abril de 2012, declara o ilustre médico de Pindamonhangaba, Patrono da Saúde do Estado de São Paulo.
A trajetória do sanitarista que sempre foi um dos nomes mais celebrados na área da Saúde, teve início na batalha contra a epidemia da febre amarela, que assolou o Brasil e o mundo no final dos oitocentos. Na época, acreditava-se que a febre amarela fosse transmitida pelo contágio direto da pessoa doente à pessoa sã. O jovem higienista contestava essa idéia e, guiado por aguda intuição científica, deixou-se picar pelo mosquito transmissor (Aedes aegypti) para provar que a doença era transmitida por mosquitos infeccionados.
Em 1889, um surto de peste bubônica, também conhecida como peste negra, irrompeu em Santos. Emílio Ribas, auxiliado por outros médicos de renome, organizou o combate à ameaçadora doença causada por uma bactéria comum em roedores que pode ser transmitida ao homem por meio das pulgas dos ratos. As dificuldades encontradas na obtenção do grande recurso de combate à peste bubônica e o temor de maior desenvolvimento da epidemia fizeram gerar, no espírito de Ribas, a idéia de um Instituto de Soroterapia, capaz de fornecer ao Estado, em primeiro lugar, o soro contra a peste bubônica e depois todos os outros reclamados pela defesa sanitária. O célebre Instituto Butantan, inaugurado em 1.889, foi criação de Emílio Ribas!
A atuação de Emílio Ribas estendeu-se igualmente ao combate da hanseníase e da tuberculose, doenças que atingiam, indistintamente, pobres e ricos, excluindo-os da sociedade. Na Europa e nos Estados Unidos buscou novos conhecimentos e, a partir de suas pesquisas, sanatórios foram edificados para oferecer tratamentos mais dignos e eficazes aos doentes.
Emílio Ribas foi o mentor da vizinha Campos do Jordão como estância climática e a ele devemos os esforços necessários para a construção da estrada de ferro ligando Campos do Jordão à Estrada de Ferro Central do Brasil de Pindamonhangaba, meio de transporte indispensável ao traslado dos doentes e seus familiares à cidade serrana.
Também não podemos deixar de mencionar que o higienista foi o idealizador do Sanatório de Santo Ângelo, o primeiro com características mais humanas de assistência aos hansenianos no Brasil.
Há quase um século, mais precisamente aos 19 de dezembro de 1.925, o ilustre médico de nossa terra e de nossa gente veio a falecer. Para seres humanos da estirpe de Emílio Marcondes Ribas, “morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada” (Adélia Prado). Seu legado e suas obras, por si só, incumbir-se-ão de manter viva a chama de sua vida. Entretanto, para o bem de uma história muitas vezes esquecida, recomendo o livro “Emílio Ribas: o Guerreiro da Saúde no Brasil”, de autoria de José Lelis Nogueira, médico pindamonhangabense que pesquisou, por mais de 40 anos, a vida de Emílio Ribas. Obra histórica, destinada àqueles que desejam compreender e aprofundar, na medida precisa da verdade dos fatos, “como um sábio brasileiro, paulista de Pindamonhangaba, salvou a vida de milhares de pessoas”!

  • Dr. Emílio Marcondes Ribas: 11/4/1862 - 19/12/1925