Enem: especialista fala sobre importância da interdisciplinaridade

Novo modelo de provas deve ser totalmente implantado em 2024 e traz mudanças como questões discursivas e maior foco em conhecimentos gerais.

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) passará por novas mudanças em sua formatação, que devem ser implantadas em 2024.

A pedagoga Georgya Corrêa, da escola Teia Multicultural, explica que eles sempre acreditaram na formação ampla do ser humano; não apenas com foco em provas, vestibulares e demais avaliações – que são necessárias; mas no conhecimento que vão além delas.

Atualmente, o Enem é composto por áreas do conhecimento (Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias) e é dividido em dois dias de provas. Todos os alunos respondem às mesmas questões.

Na nova formatação, o exame será dividido em duas etapas, uma a cada dia. A 1ª será única e obrigatória para todos os estudantes com questões interdisciplinares, de conhecimentos gerais e redação. Já a 2ª etapa está diretamente relacionada aos itinerários formativos do Novo Ensino Médio, com provas das quatro áreas. O aluno escolherá apenas uma delas, de acordo com o itinerário realizado no período do Ensino Médio, que foi definido por escolha do estudante, provavelmente por estar mais afinado com suas habilidades.

O ensino interdisciplinar é o caminho mais ideal. “Isso significa não dividir o conhecimento em caixinhas, porque no dia a dia, na nossa vida, não acontece desse jeito. A gente entra em contato com uma situação e traz conhecimento de diversas áreas, de vários aspectos vividos e aprendidos, que estão, de alguma forma, organizados na nossa cabeça, para chegar à resolução”, explicou Georgya; completando: “cada ação de reorganização da educação, ainda que seja para o final da educação básica, como no caso das alterações do Enem, acaba tendo um efeito dominó em relação a todas as outras fases educacionais, pois, as outras etapas vão se reorganizando para atingir o resultado necessário ao final do processo, assim, essa mudança no Ensino Médio irá reorientar as prioridades de aprendizagem da educação”, disse.

Além disso, as mudanças sinalizam um despertar para o entendimento de que as pessoas têm habilidades distintas, em áreas, também, diferentes. A especialista pontuou que na redação, que fará parte da primeira fase da avaliação, é necessário que o estudante saiba argumentar, tenha criticidade, criatividade e esteja por dentro dos acontecimentos do mundo, que vai além dos conhecimentos técnicos de ortografia e gramática.

  • Reprodução A pedagoga Georgya Corrêa defende a formação não apenas baseada em provas, vestibulares e demais avaliações