Mês das Mães – Mãe: substantivo feminino sinônimo de cuidadora

“O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho”
Agatha Christie

Colaborou com o texto:
Dayane Gomes

A Santa Casa de Misericórdia de Pindamonhangaba foi o palco do nascimento de duas crianças representantes da heterogeneidade da vida. Cada uma carregando sua própria luz da diversidade humana trouxe alegrias a quem lhe deu à luz. Em 7 de junho de 2010, Maria Antônia Faria se firmou bicampeã na maternidade com a vinda do segundo filho. Já em 21 de outubro de 2014, foi a vez de Yolanda Amaral Vieira Verreschi adicionar um novo substantivo feminino em seu dicionário: “mãe”.
Noiva e dedicada aos preparativos do casório, Yolanda Amaral ainda nem tinha o sobrenome “Verreschi” quando descobriu que teria sua primogênita, Manuela. Enquanto, Antônia se deparou com a experiência da segunda gravidez em seus 32 anos de idade. “Ficamos muito felizes. O Thiago sempre quis um irmão, ele tinha 15 anos quando fiquei grávida. E o Gui é o primeiro filho do Gilson, então foi só felicidades”, expressa a moradora do bairro Jardim Resende.
Desta maneira, as duas mães, cada uma em sua época, começaram a notar os primeiros sinais de retardo e dificuldade de fala nos pequenos, próximos de dois anos de idade. “A psicóloga da escola nos passou algumas informações. Ela estava percebendo algumas questões relacionadas ao espectro do autismo”, conta Yolanda. “Já que eu tenho só ela, para mim era muito evidente o atraso na fala. Toda criança com dois anos está falando algumas frases pequenas e ela mal falava palavras”. Este inicial amparo profissional recebido pela jovem não correspondeu ao atendimento primário de Antônia. “Eu percebi a dificuldade na fala, mas a pediatra achou que era um pouco de exagero de mãe”, afirma.
Mais tarde, Manuela Vieira Verreschi recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Luiz Guilherme Faria de Morais de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A partir daí, a pessoa que dispensa cuidados maternais, que protege e que dá assistência a quem precisa acionou seu sentindo irracional de zelo e partiu a procura de tratamento para os filhotes.

Já durante o período gestacional, Yolanda Verreschi decidiu sair do emprego fixo que tinha para se dedicar a criação de sua filha. Hoje, ela trabalha por conta própria, no ramo da estética, e conta com a ajuda de sua mãe para organizar a rotina de trabalho e cuidar de sua Manuela, que frequenta quatro terapias por semana. Entre levar e buscar da escola e das consultas, a autônoma também dá continuidade ao tratamento nas horas livres. “Faço atividades com ela de segmento relacionado à terapia. A gente consegue conciliar bem. Não é nada estressante, é tudo bem leve. Assim ela nem sente que é terapia, como se fosse tudo uma brincadeira para ela”, assinala.
“Minha principal dificuldade como mãe é pagar os especialistas, exames e medicamentos. Não ter dinheiro para manter um tratamento bom para meu filho”, considera Antônia Faria. A dona de casa tem a companhia de Gui em quase todas as movimentações diárias, com exceção do horário de aula na Escola Municipal Félix Adib Miguel. Em alguns dias da semana, de manhã, ele o acompanha na academia. Na quarta-feira à noite, ambos gostam de ir à missa no bairro Santana. E diariamente, se dedicam às tarefas escolares.
Recentemente, ela conseguiu inserir o filho na terapia multidisciplinar do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (Nap) dirigido pela Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Pindamonhangaba. Isto a ajudou muito no ajuste da rotina de seguimento com a fonoaudióloga e a psicóloga. Além disso, também existem as consultas esporádicas com neurologista, oftalmologista e otorrinolaringologista, adquiridas, esforçadamente, através do sistema público para o tratamento do distúrbio articulatório associado à disfluência da fala que o “Parceirinho da Sopa do Amor” possui.
Yolanda procura ficar bastante tempo com Manuela, até porque o marido trabalha em outra cidade. “Todos os nossos momentos são de carinho, porque ela é uma criança muito carinhosa e eu digo que sou uma mãe muito melada. Então, a gente se agarra e se beija o tempo todo”. Para Antônia, uma situação marcante foi quando ela saiu do hospital depois de uma semana internada por ter contraído dengue. “Ele me viu e os olhinhos se encheram de lágrimas. Ele correu para o meu lado e, quando chegou perto, parou e não quis me abraçar. Ele falou que não queria machucar a mamãe dele”.
Nos dois extremos, as duas mulheres que criam um ou mais filhos, se equilibram entre o peso da responsabilidade e a leveza do amor referentes à maternidade. “Eu sou feliz com meus filhos. Eles que me trazem paz e me fazem seguir com a vida”, conclui a mãe coruja.

“Ser mãe é a maior responsabilidade que o ser humano pode receber de Deus, pois você tem o futuro, o desenvolvimento e a personalidade de outro ser humano em suas mãos. Ao mesmo tempo, é a experiência mais prazerosa e de amor condicional também” (– Yolanda Amaral  Vieira Verreschi)

“Eu gostaria de poder fazer mais, ajudar mais os dois. Na medida do possível, eu faço tudo o que posso. A única coisa que eu posso dar sem limites é meu amor por eles” (– Maria Antônia Faria)

 

 

  • Yolanda descobriu que esperava Manuela quando estava noiva
  • Manuela Vieira Verreschi possui o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Luiz Guilherme Faria de Morais tem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
  • Maria Antônia engravidou de Guilherme aos 32 anos de idade