Vanguarda Literária : Meu caríssimo Meton, Mestre inesquecível!

Nessa madrugada insone e silente , tenho à minha frente dezenas de cartas que trocamos, com muita frequência,ao longo de tantos anos( Dez? Quinze?Vinte? Já nem me lembro!). Das brumas do passado ,emergem tênues e doces e inapagáveis recordações que o tempo não matam. Escrevo-lhe com as tintas da emoção, dos sentimentos de fraternidade que sempre permearam as nossas relações fraternas e, convicto estou de que não vou expressar tudo o que eu queria lhe dizer, sobretudo exaltar as suas excelsas qualidades,pois você bem sabe que, entre nós, não existe espaço para elogios protocolares.Mais uma vez eu repito: VOCÊ ,pois assim nos tratamos ao longo das nossas cartas,deferência que concedeu a esse humilde amigo que teve o privilégio de ser agraciado com seu carinho e sua sabedoria.
Nas nossa missivas, Meton, há lugar para tudo.Numa eu contemplo a sua mente de vassalo da verdade( sempre!!!), com forte capacidade criadora ,que origina palavras a fluirem cristalinas como água da fonte mais pura,plenas de preocupação e ternura para com o seu semelhante, com aquele ritmo interior que só o possem as almas sequiosas de eternidade. Noutra , aprecio o ser humano identificado com sua terra, o amado Limoeiro e seu povo, mostrando ,com a sua pena vigorosa, que o humanismo sublima, conduz o homem até Deus, visto que, somos seres políticos sociais e religiosos também como pontuou , com muita propriedade o filósofo alemão Artur Schopenhauer. Na sequência, deparo-me com uma correspondência, com confidências ( E foram tantas!!!).A bem da verdade, é bom salientar que você mais concedia lenitivo do que recebia para os sofrimentos que fazem parte do nosso humano viver.Você, sempre mostrando caminhos, chegando para luarejar tantas sendas escuras em momentos difíceis.Afirmo-lhe que, quando terminava a leitura de muitas delas, eu tinha a mais absoluta certeza de que a sua existência sempre foi uma abertura à sublime capacidade de amar, dando-me a impressão de que você passou a vida num retiro espiritual, pairando acima de contingências e questiúnculas dos que fogem da luz.Em todas essas correspondência,meu dileto Meton, há umalição sublime, qual seja: a de que a vida é um dom divino e, viver é colher flores entre espinhos.
Sim , antes que me esqueça,muito agradecido por me mostrar que a FÉ( obra salvífica do Cristo como pontuou o apóstolo Paulo)nos garante que há o triunfo da esperança sobre o desalento ,e da luz da felicidade sobre a iniquidade que se abate sobre tantos irmãos nossos, sem voz e sem vez, à beira do caminho. Mais Meu abraço, minhas saudades imorredouras, nesses dia que antecedem o seu centenário de nascimento,( não me esqueci,Meton, é no dia 22 de abril!!!).Centenário que vai festejar com os anjos na sua morada celestial. Sua bênção, meu Mestre.Desculpe, me alo nguei muito. É que não tive tempo de ter sido breve!