O erro foi de todos. Ministro admite falha política sobre rombo na Previdência

Todos conhecem um dos maiores problemas do Brasil faz tempo, a previdência. Mas, apesar disso, o Governo nunca tomou, de fato, as rédeas da situação.
Empurrar com a barriga parece que sempre foi a estratégia adotada, entrando presidente saindo presidente.
Agora, perto de estourar de fato, o Governo promete uma grande reforma – que é necessária, contudo vai mexer com o humor de todos os brasileiros.
A Previdência chegou à situação deficitária em que se encontra por omissão da classe política e da sociedade brasileira, admitiu na terça-feira (8), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante congresso da Fundação Ulysses Guimarães. “Todos fomos e somos culpados”, afirmou. “Vimos a despesa crescendo acima da capacidade do Estado e deixamos”.
Ao menos reconhece o erro e a omissão.
Ele comentou que, desde 1991, o gasto público brasileiro vem crescendo em média 6% acima da inflação, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) dificilmente chegou a isso. “Foi instalada uma fábrica de bondades”, disse. “Há 25 anos, estamos cavando o buraco.”
Agora, afirmou ele, chegou a hora de ajustar a conta e frear o crescimento do déficit público. Padilha encerrou sua participação no evento e seguiu para o Planalto, onde deve reunir-se com o presidente Michel Temer para finalizar a proposta da reforma da Previdência. “Ele bloqueou minha agenda para tratar da reforma”, comentou.
Aliás, o presidente Michel Temer se reuniu no início da tarde de terça-feira (8), com outros diversos ministros no Palácio do Planalto para debater o texto da Previdência, que o governo pretende enviar ao Congresso. Além de Padilha, participam os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, o secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, e o senador e futuro líder do governo no Congresso, Romero Jucá. A expectativa é que a reforma seja enviada em dezembro.
Pela manhã, em discurso em evento da Confederação Nacional da Indústria, Temer afirmou que “ninguém está perseguindo aposentados”. “O que queremos é revelar que se não tomarmos cuidado, em 2024, como dizem as pesquisas, teremos um déficit semelhante ao PIB e será um desastre para o País”, disse.
Temer afirmou que o tema é importante, pois os Estados “estão praticamente quebrados, fruto da Previdência Social. A reforma interessa à União, aos Estados e aos municípios”, comentou.
O presidente disse ainda a reforma é “quase uma consequência do teto” dos gastos públicos.
Culpar Temer por isso não dá. Embora não seja o que queiramos para o país, o assunto é de fundamental esperança para aposentados e para os que vão se aposentar – se que é vão conseguir. Uma pena.