Vanguarda Literária : O FEIO: REFLETINDO SOBRE O TEMA…

Muitas vezes, deparamo-nos com pessoas, em especial, num ambiente de exposição de Obras de Arte, rotular tal Obra
(um quadro de pintor modernista, por exemplo) como feia.
O FEIO é um adjetivo ou é um nome e um adjetivo o qual tem como característica o NÃO-SER- a privação. Privação do belo estético.Entendemos que o belo estético seja aquilo percebido pelo sentido ,com base na inteligência,agrada-lhe os sentidos, e o FEIO seria o que não é bem visto pelo seus olhos.Pensando bem,essa entidade não é um ser real, é um ente da razão. No caso do quadro modernista, foi-lhe privado o denominado SENSO ESTÉTICO. É um atributo do ser racional. Antes de tudo, é importante colocar que a noção do FEIO é apanágio da espécie humana. É reveladora do ser humano, sendo ,muitas vezes, um meio de camuflara ignorância do domínio estético, visto que o observador (sujeito) não é capaz de conhecer a beleza estética das Obras de Arte. Por certo, o seu sentido de inteligência não conta com suficiente esclarecimento, seja por preconceitos, miopia da má educação e outros defeitos não esclarecidos.
É bem possível e provável que, para Deus e os anjos, aos seus olhos espitituais, tudo seja belo, cada coisa deve ter a sua beleza própria. O filósofo francês Jacques Maritain, assevera que “Só há o feio, onde há sentido”, portanto, essa categoria não tem nenhum sentido para um espírito puro e nenhum sentido para Deus”. Assim, muitas vezes um julgamento precipitado com o atributo FEIO, muitas vezes, ele está carregado da privação da beleza estética, embora saibamos , como garantiu São Tomás de Aquino, na sua Obra Monumental-“ Suma Teológica”: “Cada um julga, conforme é”…
O gosto artístico representa a pessoa que julga. É polo de subjetividade, ao passo que, a intuição criadora do artista, dirige-se para outro polo:o da objetividade, do belo estético, que banha de fulgor, de beleza admirável, a sua Obra de Arte.Enfim, entramos no mundo da polaridade: se o mal, na metafísica, é a privação do bem,o erro é a privação da verdade, e no domínio da Estética e da Filosofia da Arte o feio , certamente, é a privação do decantado belo estético. Para refletir, é importante considerar o que nos ensina o Mestre Mário Quintana, escritor patrício inesquecível, : “ Por que prender a vida em conceitos e normas? O Belo e o Feio…O Bom e o Mau…Dor e prazer…Tudo, afinal, são formas e não degraus do Ser”. Os degraus do Ser dizem respeito ao nosso Progresso Espiritual, algo mais sublime, mais perto de Deus.