Vanguarda Literária : O HOMEM – ESSE DESCONHECIDO…

Muitos autores, sejam religiosos ou não têm feito esta indagação: ”Que é o Homem?”. E, essa pergunta tem uma enorme dimensão: biológica, sociológica, psicológica e cultural.
Homem! Ser complexo e difícil de ser desvendado como afirmou, certa vez, Edgar Morin, sociólogo, antropólogo e filósofo francês, autor de “Os sete saberes necessários para a educação no futuro”. Diferencia o homem dos outros seres vários atributos, sobretudo a sua capacidade de refletir sobre si mesmo, o seu processo histórico e, em última análise, a sua autoconsciência.
O rei Davi em seus Salmos perguntou: ”Que é o homem pra dele Te lembrar? Tu (referindo-se a Deus) o fizeste pouco menos do que um Deus, coroando-o de glórias e de beleza; sob os seus pés tudo colocaste para que domine as obras com as suas mãos”.
Considero Blaise Pascal, grande filósofo francês (1623-1662) que criou uma doutrina filosófica baseada no raciocínio lógico e na emoção, autor da frase: ”O coração tem razão que a própria razão desconhece”, um grande indagador sobre o homem, divisando nele um confronto: o infinito de Deus e o finito humano. Afirmou: ”O Homem é um caniço que pensa”. Caniço que conhece a sua fragilidade e que pode chegar a Deus. E, aí, Blaise Pascal, ao refletir sobre a fraqueza do caniço, explicitou o quanto o Homem é original, singular, contraditório, capaz de atos de heroísmo e de atentar contra a sua espécie.
Dessa opinião compartilhava um amigo que foi para o Plano Maior, um prelado,de quem guardava os seus artigos publicados nas décadas de setenta e oitenta no Jornal do Brasil, que pertenceu à Academia Brasileira de Letras, o Cardeal Primaz do Brasil: D.Lucas Moreira Neves. Visitei-o em 1995, em Salvador, onde residia, e, em conversa afável e cristã fez esta colocação: ”No mundo conturbado em que vivemos, quando crescem o egoísmo e a arrogância, torna-se cada vez mais necessário que o homem pense na sua pequenez ante a grandeza de Deus-Pai. Que aprenda o culto à fraternidade no seu processo evolutivo. Indigne-se contra a injustiça e use a boa plavra para consolar e unir os seus irmãos!”
Por outro lado, não podemos esquecer que Santo Agostinho e São Tomás de Aquino enxergaram o homem como um princípio material intimamente unido a uma alma, para procurar a verdade e praticar o bem. Dessa maneira torna-se insustentável o argumento, a resposta materialista de que o Homem é ”um ser corporal o qual fenece com o advento da morte física”, que, de um cedo modo, surge nos escritos de Karl Marx e do antropólogo Levy Strauss.
Enfim, um Ser Especial que, com sua linguagem carregada de simbolismo, expressa um pensamento, tem consciência do viver, do sofrer, do amar e da sua finitude. Surgiu, portanto o homem, pela força criadora de Deus, ser pensante, diferente de todos os outros animais. Esse ser especial, portanto, deve lutar pelo seu aperfeiçoamento interior e do mundo que o rodeia, cuidando, antes que seja tarde demais, do planeta que habita para ser digno da bondade do Criador.